sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Semântica dos conectivos, orações adverbiais e coordenadas - Questões de Vestibular


1. (Enem 2014)  Tarefa

Morder o fruto amargo e não cuspir
Mas avisar aos outros quanto é amargo
Cumprir o trato injusto e não falhar
Mas avisar aos outros quanto é injusto
Sofrer o esquema falso e não ceder
Mas avisar aos outros quanto é falso
Dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a não pulsar
– do amargo e injusto e falso por mudar –
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.

Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para além de sua função sintática,
a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes.   
b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis.   
c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência.   
d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório.   
e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo.   
  
2. (Enem 2013)
 

Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está indicado pelo(a)
a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao final.   
b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações.   
c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribuídos   
d) utilização da forma pronominal “la”, que reflete um tratamento formal do filho em relação à “mãe”.   
e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as orações.   
  
3. (Enem 2001)                                 O mundo é grande

                O mundo é grande e cabe
                Nesta janela sobre o mar.
                O mar é grande e cabe
                Na cama e no colchão de amar.
                O amor é grande e cabe
                No breve espaço de beijar
                               ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro. Nova Aguilar 1983.
Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de
a) oposição.   
b) comparação.   
c) conclusão.   
d) alternância.   
e) finalidade.   
  
4. (Enem 2011)  Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de infarto, mas também como de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável.
ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009.

As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que
a) A expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias.   
b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste.   
c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização.   
d) o termo “Também” exprime uma justificativa.   
e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”.   
  
5. (Enem 2010)  Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas.
LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas
a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto.   
b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase.   
c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase.   
d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor.   
e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.   
  
6. (Enem 2010)  O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar a área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área.
No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0.
Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado).

O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009, contém vários conectivos, sendo que
a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de cabeça.   
b) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para serem aplicadas no jogo.   
c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem cronológica de ocorrência.   
d) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é algo naturalmente esperado.   
e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio.   
  
7. (Enem 2ª aplicação 2016)  “Ela é muito diva!”, gritou a moça aos amigos, com uma câmera na mão. Era a quinta edição da Campus Party, a feira de internet que acontece anualmente em São Paulo, na última terça-feira, 7. A diva em questão era a cantora de tecnobrega Gaby Amarantos, a “Beyoncé do Pará”. Simpática, Gaby sorriu e posou pacientemente para todos os cliques. Pouco depois, o rapper Emicida, palestrante ao lado da paraense e do também rapper MV Bill, viveria a mesma tietagem. Se cenas como essa hoje em dia fazem parte do cotidiano de Gaby e Emicida, ambos garantem que isso se deve à dimensão que suas carreiras tomaram através da internet — o sucesso na rede era justamente o assunto da palestra. Ambos vieram da periferia e são marcados pela disponibilização gratuita ou a preços muito baixos de seus discos, fenômeno que ampliou a audiência para além dos subúrbios paraenses e paulistanos. A dupla até já realizou uma apresentação em conjunto, no Beco 203, casa de shows localizada no Baixo Augusta, em São Paulo, frequentada por um público de classe média alta.

As ideias apresentadas no texto estruturam-se em torno de elementos que promovem o encadeamento das ideias e a progressão do tema abordado. A esse respeito, identifica-se no texto em questão que
a) a expressão “pouco depois”, em “Pouco depois, o rapper Emicida”, indica permanência de estado de coisas no mundo.   
b) o vocábulo “também”, em “e também rapper MV Bill”, retoma coesivamente a expressão “o rapper Emicida”.   
c) o conectivo “se”, em “Se cenas como essa”, orienta o leitor para conclusões contrárias a uma ideia anteriormente apresentada.   
d) o pronome indefinido “isso”, em “isso se deve”, marca uma remissão a ideias do texto.   
e) as expressões “a cantora de tecnobrega Gaby Amarantos, a ‘Beyoncé do Pará’”, “ambos” e “a dupla” formam uma cadeia coesiva por retomarem as mesmas personalidades.   
  
8. (Enem PPL 2014)  Reciclar é só parte da solução
                O lixo é um grande problema da sustentabilidade. Literalmente: todos os anos, cada brasileiro produz 385 kg de resíduos – dá 61 milhões de toneladas no total. O certo seria tentar diminuir ao máximo essa quantidade de lixo. Ou seja, em vez de ter objetos recicláveis, o ideal seria produzir sempre objetos reutilizáveis, o que diminui os resíduos. Mas, enquanto isso não acontece, temos que nos contentar com a reciclagem. E é aí que vem um detalhe perigoso: reciclar o lixo também polui o ambiente e gasta energia. Reciclar vidro, por exemplo, é 15% mais caro do que produzi-lo a partir de matérias-primas virgens. Afinal, é feito basicamente de areia, soda e calcário, que são abundantes na natureza. Então, nenhuma empresa tem interesse em reciclá-lo. Já o alumínio é um supernegócio, porque economiza muita energia.
HORTA, M. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 25 maio 2012.

O emprego adequado dos elementos de coesão contribui para a construção de um texto argumentativo e para que os objetivos pretendidos pelo autor possam ser alcançados. A análise desses elementos no texto mostra que o conectivo
a) “ou seja” introduz um esclarecimento sobre a diminuição da quantidade de lixo.   
b) “mas” instaura justificativas para a criação de novos tipos de reciclagem.   
c) “também” antecede um argumento a favor da reciclagem.   
d) “afinal” retoma uma finalidade para o uso de matérias-primas.   
e) “então” reforça a ideia de escassez de matérias-primas na natureza.   
  
9. (Enem PPL 2013)  Brasil é o maior desmatador, mostra estudo da ONU
O Brasil reduziu sua taxa de desmatamento em vinte anos, mas continua líder entre os países que mais desmatam, segundo a FAO (órgão da ONU para a agricultura).
A entidade apresentou ontem estudo sobre a cobertura florestal no mundo e o resultado é preocupante: em apenas dez anos, uma área de floresta do tamanho de dois estados de São Paulo desapareceu do país.
De forma geral, a queda no ritmo da perda de cobertura florestal foi de 37% em dez anos. Entre 1990 e 1999, 16 milhões de hectares por ano sumiram. Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares.
Mas o número é considerado alto. A América do Sul é apontada como a maior responsável pela perda de florestas do mundo, com cortes anuais de 4 milhões de hectares. A África vem em seguida, com 3,4 milhões de hectares/ano.
O Estado de São Paulo, 26 mar. 2010.

Na notícia lida, o conectivo “mas” (terceiro parágrafo) estabelece uma relação de oposição entre as sentenças: “Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares” e “o número é considerado alto”. Uma das formas de se reescreverem esses enunciados, sem que lhes altere o sentido inicial, é:  
a) Porque, entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, o número é considerado alto.   
b) Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, por isso o número é considerado alto.   
c) Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, uma vez que o número é considerado alto.   
d) Embora, entre 2000 e 2009, esse número tenha caído para 13 milhões de hectares, o número é considerado alto.   
e) Visto que, entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, o número é considerado alto.   
  
10. (Enem 2ª aplicação 2010)  Diego Souza ironiza torcida do Palmeiras
O Palmeiras venceu o Atlético-GO pelo placar de 1 a 0, com um gol no final da partida. O cenário era para ser de alegria, já que a equipe do Verdão venceu e deu um importante passo para conquistar a vaga para as semifinais, mas não foi bem isso que aconteceu.
O meia Diego Souza foi substituído no segundo tempo debaixo de vaias dos torcedores palmeirenses e chegou a fazer gestos obscenos respondendo à torcida. Ao final do jogo, o meia chegou a dizer que estava feliz por jogar no Verdão.
— Eu não estou pensando em sair do Palmeiras. Estou muito feliz aqui — disse.
Perguntado sobre as vaias da torcida enquanto era substituído, Diego Souza ironizou a torcida do Palmeiras.
—Vaias? Que vaias? — ironiza o camisa 7 do Verdão, antes de descer para os vestiários.
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 29 abr. 2010.

A progressão textual realiza-se por meio de relações semânticas que se estabelecem entre as partes do texto. Tais relações podem ser claramente apresentadas pelo emprego de elementos coesivos ou não ser explicitadas, no caso da justaposição. Considerando-se o texto lido,
a) no primeiro parágrafo, o conectivo já que marca uma relação de consequência entre os segmentos do texto.   
b) no primeiro parágrafo, o conectivo mas explicita uma relação de adição entre os segmentos do texto.   
c) entre o primeiro e o segundo parágrafos, está implícita uma relação de causalidade.   
d) no quarto parágrafo, o conectivo enquanto estabelece uma relação de explicação entre os segmentos do texto.   
e) entre o quarto e o quinto parágrafos, está implícita uma relação de oposição.   

11. (Fgv 2016) 
O yuan cai – na nossa cabeça
Assim que a China anunciou, no dia 11 [11.08.2015], que permitira uma queda de 1,9% no valor de sua moeda, o yuan, Bolsas e moedas de outros países desabaram. Foi a maior desvalorização cambial na China desde 1994. Ao baratear sua moeda e, como consequência, seus salários e seus produtos, os chineses impulsionaram suas exportações. Mas dificultam a vida da concorrência e a recuperação econômica em outros países. Entre esses sofredores, está o Brasil.
O Brasil já vinha sentindo um baque duplo: a China em desaceleração consome menos de nossa soja e de nosso minério de ferro, e os preços desses produtos no mercado internacional estão em baixa. O Brasil normalmente vende para a China mais do que compra.
(Época, 17.08.2015)

Analise o período inicial do texto: “Assim que a China anunciou, no dia 11 [11.08.2015], que permitira uma queda de 1,9% no valor de sua moeda, o yuan, Bolsas e moedas de outros países desabaram.”

a)      Justifique o uso das formas verbais “anunciou” e “permitira” e reescreva o período, utilizando o tempo verbal composto que pode substituir esta última, no contexto, conforme a norma-padrão da língua portuguesa.

b)      O período está organizado a partir de uma perspectiva temporal, como indica a conjunção “Assim que”. Reescreva-o numa perspectiva de causa.


12. (Fgv 2013) 
Sr. Diretor do Imposto de Renda:
(...)
Minha dúvida, meu problema, Sr. Diretor, consiste na desconfiança de que sou, tenho sido a vida inteira um sonegador do Imposto de Renda. Involuntário, inconsciente, mas de qualquer forma sonegador. Posso alegar em minha defesa muita coisa: a legislação, 3embora profusa e até florestal, é omissa ou não explícita; os itens das diferentes cédulas não preveem o caso; o órgão fiscalizador jamais cogitou disso; todo mundo está nas mesmas condições que eu, e ninguém se acusa ou reclama contra si mesmo. Contudo, não me conformo, e venho expor-lhe lealmente as minhas rendas ocultas.
Estes os meus verdadeiros rendimentos, senhor; salários e dividendos não computados na declaração. Agora estou confortado porque confessei; invente depressa uma rubrica para incluir esses 4lucros e taxe-me sem piedade. Multe, se for o caso; pagarei feliz.
Atenciosas saudações.

Carlos Drummond de Andrade, “Cadeira de balanço”.

Atenda ao que se pede.

a) Reescreva o trecho “embora profusa e até florestal” (ref. 3), substituindo a conjunção e os adjetivos por expressões equivalentes e introduzindo um verbo, sem alterar o sentido do texto.


13. (Pucrj 2016)  Ética
A palavra “ética” vem do grego ethos, tal como “moral” vem do latim mores. Sintomaticamente, tanto ethos como mores significam costumes.
Posteriormente, quando se desenvolveu a atividade mercantil, o comércio exigia a ampliação do espaço para a autonomia individual (o comerciante precisava de espaço para se deslocar para o lugar certo na hora exata em que podia comprar barato e vender caro, a fim de ser bem sucedido, por sua livre iniciativa pessoal).
Os indivíduos mais autônomos passaram a se defrontar com situações nas quais não podiam se limitar a obedecer às normas pré-fixadas pela comunidade e essas normas começaram a perder o vigor. Os indivíduos passaram a enfrentar o desafio de decidir por conta própria o que era certo e o que era errado.
Por mais autônomos que se tornem, entretanto, os indivíduos não podem subsistir sozinhos, precisam da sociedade para sobreviver ao nascer, para crescer, para assimilar uma linguagem. A dimensão social nas pessoas é ineliminável.

Texto modificado de KONDER, Leandro. Ética. In: YUNES, Eliana & BINGEMER, M. Clara Lucchetti. Virtudes. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2001. pp. 86-87.

Com relação ao trecho abaixo, extraído do texto, faça o que é pedido a seguir.

“Os indivíduos mais autônomos passaram a se defrontar com situações nas quais não podiam se limitar a obedecer às normas pré-fixadas pela comunidade e essas normas começaram a perder o vigor.”

i) Indique um conectivo que apresente o mesmo valor semântico de e nesse contexto.


14. (Pucrj 2016)  O exílio, uma experiência da modernidade
A história da humanidade poderia escrever-se a partir das estórias do exílio porque desde o início o homem tem vivido em permanente opressão e fuga: fuga de si mesmo e dos outros. Também tem realizado grandes ações, grandes construções: conquista de terras remotas, fundação de cidades, guia de grandes migrações, descobrimento de continentes, exploração de mares, governo de povos. Todas essas obras “magníficas” em sua grande maioria foram feitas graças ao labor dos refugiados, asilados, prisioneiros de guerra, escravos, todos vítimas da opressão e expulsão. A palavra “moderno” tenha tantas conotações de desarraigamento, desorientação, ironia, alienação, fratura, sentimentos e emoções que fazem com que a arte moderna provoque em nós uma perturbação tão profunda quanto a admiração que nos inspira. Porém, na escala do século XX, o exílio não é compreensível nem do ponto de vista estético, nem do ponto vista humanista. O exílio é – segundo Edward Said (2003) – irremediavelmente secular e insuportavelmente histórico, é produzido por seres humanos para outros seres humanos, é uma condição criada para negar a dignidade e a identidade das pessoas. Nesse sentido o exílio não pode ser posto a serviço do humanismo.
                Para autores como James Joyce, Ezra Pound, Samuel Beckett ou Paul Bowles, o exílio sugere valores mais sedutores, vinculados a estados da consciência, capazes de confirmar qualidades do indivíduo cuja pureza só seria possível a partir de uma conquista solitária de um espaço próprio. Nietzsche, Joseph Conrad, T.S. Eliot, Nabokov, ou Theodor W. Adorno, porém, pertencem a outra tradição de autores que vê o exílio como absoluta orfandade, fratura, trauma, solidão e silêncio. Nessa condição não existe nada glorioso, nem romântico: o exílio é nossa maldição, nossa vocação existencial e nossa natureza; é a representação de uma lei fundamental – a da impossibilidade de comunicação entre quem quer que seja.

Texto adaptado de MONTAÑÉS, Amanda Pérez. Vozes do exílio e suas manifestações nas narrativas de Julio Cortázar e Marta Traba. Tese de Doutorado. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2006. p. 15-16.

a) Com relação ao trecho abaixo, faça o que é pedido a seguir.

O exílio é – segundo Edward Said – uma condição criada para negar a dignidade e a identidade das pessoas. Nesse sentido o exílio não pode ser posto a serviço do humanismo.

I. Reescreva a primeira frase, usando, no lugar de para, a expressão para que. Faça as modificações necessárias.


b) Indique um conectivo que possa substituir o emprego dos dois pontos no último período do texto, de modo que a relação semântica entre as orações seja mantida.


 15. (Pucrj 2014)  Vagabundo

Eu durmo e vivo ao sol como um cigano,
Fumando meu cigarro vaporoso;
Nas noites de verão namoro estrelas;
Sou pobre, sou mendigo, e sou ditoso!

Ando roto, sem bolsos nem dinheiro;
Mas tenho na viola uma riqueza:
Canto à lua de noite serenatas,
E quem vive de amor não tem pobreza.
AZEVEDO, Álvares de. In RAMOS, Frederico José da Silva. (Org.) Grandes poetas românticos do Brasil. Tomo I. São Paulo: LEP, 1959, p.266.

Indique um conectivo que apresente o mesmo valor semântico do conectivo “e” no seguinte verso do Texto 1:
“Sou pobre, sou mendigo, e sou ditoso!”

  
16. (Pucrj 2014)  A busca da felicidade
                Felicidade é um truque. Um truque da natureza concebido ao longo de milhões de anos com uma só finalidade: enganar você. A lógica é a seguinte: quando fazemos algo que aumenta nossas chances de sobreviver ou de procriar, nos sentimos muito bem. Tão bem que vamos querer repetir a experiência muitas e muitas vezes. E essa nossa perseguição incessante de coisas que nos deixem felizes acaba aumentando as chances de transmitirmos nossos genes. “As leis que governam a felicidade não foram desenhadas para nosso bem-estar psicológico, mas para aumentar as chances de sobrevivência dos nossos genes a longo prazo”, escreveu o escritor e psicólogo americano Robert Wright, num artigo para a revista americana Time.
                A busca da felicidade é o combustível que move a humanidade — é ela que nos força a estudar, trabalhar, ter fé, construir casas, realizar coisas, juntar dinheiro, gastar dinheiro, fazer amigos, brigar, casar, separar, ter filhos e depois protegê-los. Ela nos convence de que cada uma dessas conquistas é a coisa mais importante do mundo e nos dá disposição para lutar por elas. Mas tudo isso é ilusão. A cada vitória surge uma nova necessidade. Felicidade é uma cenoura pendurada numa vara de pescar amarrada no nosso corpo. Às vezes, com muito esforço, conseguimos dar uma mordidinha. Mas a cenoura continua lá adiante, apetitosa, nos empurrando para a frente. Felicidade é um truque.
Extraído de AXT, Barbara. “A busca da felicidade”. Revista Superinteressante – n.212, abril de 2005.

a) Reescreva o período abaixo no futuro, substituindo a conjunção “quando” pela conjunção “se”.
Quando fazemos algo que aumenta nossas chances de sobreviver, nos sentimos muito bem.


b) Indique um conectivo que possa substituir o travessão no segundo parágrafo do texto A busca da felicidade.

  
17. (Pucrj 2013)  Leia.
De um lado, a loucura existe em relação à razão ou, pelo menos, em relação aos “outros” que, em sua generalidade anônima, encarregam-se de representá-la e atribuir-lhe valor de exigência; por outro lado, ela existe para a razão, na medida em que surge ao olhar de uma consciência ideal que a percebe como diferença em relação aos outros. A loucura tem uma dupla maneira de postar-se diante da razão: ela está ao mesmo tempo do outro lado e sob seu olhar. Do outro lado: a loucura é diferença imediata, negatividade pura, aquilo que se denuncia como não-ser, numa evidência irrecusável; é uma ausência total de razão, que logo se percebe como tal, sobre o fundo das estruturas do razoável. Sob o olhar da razão: 1a loucura é individualidade singular cujas características próprias, a conduta, a linguagem, os gestos, distinguem-se uma a uma daquilo que se pode encontrar no não-louco; em sua particularidade ela se desdobra para uma razão que não é termo de referência mas princípio de julgamento; a loucura é então considerada em suas estruturas do racional.

FOUCAULT, Michel. História da Loucura na Idade Clássica. Tradução: José Teixeira Coelho Netto. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1972. p.203.

a) Com relação ao trecho “A loucura tem uma dupla maneira de postar-se diante da razão: ela está ao mesmo tempo do outro lado e sob seu olhar.”, extraído do texto, faça o que é pedido a seguir:
i. identifique o referente de cada um dos pronomes destacados, iniciando a sua resposta da seguinte forma:
O referente do pronome _________________________________________________.
ii. indique um conectivo que poderia ser empregado no lugar dos dois pontos.


b) Comprovando com dados do próprio trecho, explique por que o verbo distinguir foi flexionado na 3ª pessoa do plural em “a loucura é individualidade singular cujas características próprias, a conduta, a linguagem, os gestos, distinguem-se uma a uma daquilo que se pode encontrar no não-louco(ref. 1).


18. (G1 - cp2 2014)  Italiano capta sons da natureza para criar músicas
Se a quantidade de instrumentos musicais tocados por Diego Stocco não é infinita, com certeza é incontável. Para ele fazer música com uma coisa, basta que ela exista. Galhos, folhas, frutas, areia, casca de tronco de árvore, sementes, até uma abelha que passeava entre as flores participam da gravação do músico. Nas mãos do italiano, qualquer jardim vira uma orquestra. Para fazer suas composições em parceria com a natureza, vários métodos de captação são utilizados. Quase sempre, os objetos acabam se transformando em elementos de percussão.
Ele posiciona microfones perto de uma árvore, por exemplo, e, após um breve teste para descobrir qual o som provocado pelos movimentos, começa a chacoalhar os galhos e batucar no tronco, como se fosse um bongô. Às vezes, pequenos microfones são acoplados aos seus dedos, fazendo com que qualquer impacto seja ampliado na hora.
(Fonte:http://revistagalileu.globo.com/Revista/)

Copie do 1º parágrafo do texto a oração subordinada adverbial que revela os objetivos do músico Diego Stocco, ao fazer suas experiências.


19. (G1 - cp2 2014) 

Soneto do Amor Total - Vinicius de Moraes

Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
(MORAES, Vinicius de. In: Antologia poética. São Paulo: Cia das Letras, 1992, p. 232.)

 “Hei de morrer de amar mais do que pude.” (3º verso/4ª estrofe)

A oração subordinada adverbial destacada apresenta em relação à anterior o seguinte valor semântico:
a) tempo   
b) causa   
c) finalidade   
d) modo   

20. (Epcar (Afa) 2017)  PROMESSA CONTRA SINAIS DA IDADE
1O tempo passa, e com ele os sinais da idade vão se espalhando pelo nosso organismo. Entre eles, os mais evidentes 2ficam estampados em nossa pele, e rostos, na forma de rugas, flacidez e perda de elasticidade. Um estudo publicado ontem no periódico científico Journal of Investigative Dermatology, no entanto, identificou um mecanismo molecular em células da pele que pode estar por trás deste processo, abrindo caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos para, se não impedir, pelo menos retardar o envelhecimento delas e, talvez, as de outros tecidos e órgãos do corpo.
Na pesquisa, cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, analisaram amostras de células da pele de vinte e sete doadores com entre seis e  anos, tiradas de locais protegidos do Sol, para determinar se havia alguma diferença no seu comportamento com a idade. 3Eles verificaram que, quanto mais velha a pessoa, menor era a atividade de suas mitocôndrias, as “4usinas de energia” de nossas células. 5Essa queda, porém, 6era esperada, já que há décadas a redução na capacidade de geração de energia por essas 7organelas celulares e na sua eficiência neste trabalho com o tempo é uma das principais vertentes nas teorias sobre envelhecimento.

BAIMA, César. O Globo, 27 de fev. 2016, p. 24.
 Observe o uso da vírgula nos trechos abaixo destacados:

I. “O tempo passa, e com ele os sinais da idade vão se espalhando...” (ref. 1)
II. “... ficam estampados em nossa pele, e rostos, na forma...” (ref. 2)
III. “Eles verificaram que, quanto mais velha a pessoa, menor era a atividade de suas mitocôndrias...” (ref. 3)
IV. “Essa queda, porém, era esperada...” (ref. 5)
V. “... era esperada, já que há décadas a redução na capacidade de geração de energia...” (ref. 6)

Assinale a opção que apresenta uma análise correta.
a) No fragmento I, o uso da vírgula é facultativo, tendo em vista que introduz uma oração coordenada sindética aditiva.   
b) A vírgula foi utilizada nos excertos II e III pelo mesmo motivo: isolar termos explicativos.   
c) O uso da vírgula, em IV, justifica-se pela presença de um termo interferente.   
d) A presença de oração subordinada adverbial, no fragmento V, justifica o uso da vírgula.   

21. (G1 - ifsul 2017)  A doença do amor - Luiz Felipe Pondé
                Existe de fato amor romântico? Esta é uma pergunta que ouço quando, em sala de aula, estamos a discutir questões como literatura romântica dos séculos 18 e 19. Quando o público é composto de pessoas mais maduras, a tendência é um certo ceticismo, muitas vezes elegante, apesar de trazer nele a marca eterna do desencanto.
                Quando o público é mais 1jovem há uma tendência maior de crença no amor romântico. Alguns diriam que essa crença é típica da idade jovem e inexperiente, assim como crianças creem em Papai Noel.
                Mas, em matéria de amor romântico, melhor ainda do que ir em busca da literatura dos séculos 18 e 19 é ir à fonte primária 2: a literatura europeia medieval, verdadeira fonte do amor romântico. A literatura conhecida como amor cortês.
                Para além dos céticos e crentes, a literatura medieval de amor cortês é marcante pela sua descrição do que seria esse pathos amoroso. Uma doença, uma verdadeira desgraça para quem fosse atingindo em seu coração por tamanha tristeza. André Capelão, autor da época (Tratado do Amor Cortês, ed. Martins Fontes), sintetiza esse amor como sendo uma 3"doença do pensamento". Doença essa que podemos descrever como uma forma de obsessão em saber o que ela está pensando, o que ela está fazendo nessa exata hora em que penso nela, com o que ela sonha à noite, como é seu corpo por baixo da roupa que a veste, o desejo incontrolável de ouvir sua voz, de sentir seu perfume. Mas a doença avança: sentir o gosto da sua boca, beijá-la por horas a fio.
                O poeta mexicano Octavio Paz, que dedicou alguns textos ao tema, entendia que a literatura medieval descrevia o embate entre virtude e desejo, sendo a desgraça dos apaixonados a maldição de ter que pôr medida nesse desejo 4(nesse amor fora do lugar), em meio à insuportável culpa de estar doente de amor.
Texto adaptado. Foi publicado em 16 de maio de 2016 na Folha de S. Paulo.

No que diz respeito ao emprego dos sinais de pontuação, é correto afirmar que
a) falta uma vírgula depois de jovem (ref. 1) para separar a oração subordinada adverbial anteposta à principal.   
b) os dois-pontos presentes na referência 2 têm por finalidade sinalizar uma enumeração de itens.   
c) as aspas utilizadas na expressão doença do pensamento (ref. 3) indicam ironia.   
d) os parênteses presentes na referência 4 isolam um exemplo de desejo pelo amado.   

22. (G1 - ifsul 2016)  O sequestro das palavras - Gregório Duvivier
Vamos supor 1que toda palavra tenha uma vocação primeira. A palavra mudança, por exemplo, nasceu filha da transformação e da troca, e desde pequena servia para descrever o processo de mutação de uma coisa em outra coisa que não deixou de ser, na essência, a mesma coisa – quando a coisa é trocada por outra coisa, não é mudança, é substituição. A palavra justiça, por exemplo, brotou do casamento dos direitos com a igualdade (sim, foi um ménage): servia para tornar igual aquilo que tinha o direito de ser igual 2mas não estava sendo tratado como tal.
3No entanto as palavras cresceram. E, assim como as pessoas, foram sendo contaminadas pelo mundo à sua volta. A publicidade vive disso: dobrar as melhores palavras sem pagar direito de imagem. Assim, você 11verá as palavras ecologia e esporte juntarem-4se numa só para criar o EcoSport – existe algo menos ecológico ou esportivo que um carro? Pobres palavras. Não tem advogados. Não precisam assinar termos de autorização de imagem. Estão aí, na praça, gratuitas.
Texto publicado em 21 mar. 2016. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/>.


Em relação ao emprego das conjunções, é correto afirmar que
a) a conjunção “que” (ref. 1) caracteriza-se como integrante, pois liga o complemento do verbo à oração principal.   
b) o termo “mas” (ref. 2) poderia ser substituído por embora, sem que sejam necessárias alterações na frase para manter a correção gramatical.   
c) a expressão “no entanto” (ref. 3) estabelece uma ideia de conclusão ao que foi discutido no primeiro parágrafo.   
d) o vocábulo “se” (ref. 4) introduz uma oração subordinada adverbial que exprime uma ideia de condição.   

23. (G1 - ifce 2014)  De como o narrador, com certa experiência anterior e agradável, dispõe-se a retirar a verdade do fundo do poço

“A verdade está no fundo de um poço”, li certa vez, não me lembro mais se num livro ou num artigo de jornal. Poço não é poço, fundo de um poço não é o fundo de um poço, na voz do provérbio isso significa que a verdade é difícil de revelar-se, sua nudez não se exibe na praça pública ao alcance de qualquer mortal. Mas é o nosso dever, de todos nós, procurar a verdade de cada fato, mergulhar na escuridão do poço até encontrar sua luz divina.
“Luz divina” é do juiz, como aliás todo o parágrafo anterior. Ele é tão culto que fala em tom de discurso, gastando palavras bonitas, mesmo nas conversas familiares com sua digníssima esposa, dona Ernestina.

AMADO, Jorge. Os velhos marinheiros: duas histórias do cais da Bahia. 23.ed. São Paulo: Martins, s.d., p.p. 71-73

A conjunção “que” destacada em “(...) Ele é tão culto que fala em tom de discurso (...) – ref. 18 – inicia uma oração subordinada adverbial que expressa um sentido de 
a) causa.    
b) consequência.    
c) condição.    
d) concessão.    
e) conformidade.   
  
24. (Espcex (Aman) 2017)  “Pela primeira vez na história, pesquisadores conseguiram projetar do zero o genoma de um ser vivo (uma bactéria, para ser mais exato) e ‘instalá-lo’ com sucesso numa célula, como quem instala um aplicativo no celular.
É um feito e tanto, sem dúvida. Paradoxalmente, porém, o próprio sucesso do americano Craig Venter e de seus colegas deixa claro o quanto ainda falta para que a humanidade domine os segredos da vida. Cerca de um terço do DNA da nova bactéria (apelidada de syn3.0) foi colocado lá por puro processo de tentativa e erro – os cientistas não fazem a menor ideia do porquê ele é essencial.”
Folha de S. Paulo, 26/03/2016.

O texto informativo acima, que apresenta ao público a criação de uma bactéria apenas com genes essenciais à vida, contém vários conectivos, propositadamente destacados. Pode-se afirmar que
a) para inicia uma oração adverbial condicional, pois restringe o genoma à condição de bactéria.   
b) e introduz uma oração coordenada sindética aditiva, pois adiciona o projeto à instalação do genoma.   
c) como introduz uma oração adverbial conformativa, pois exprime acordo ou conformidade de um fato com outro.   
d) porém indica concessão, pois expressa um fato que se admite em oposição ao da oração principal.   
e) para que exprime uma explicação: falta muito para a humanidade dominar os segredos da vida.   

25. (G1 - cp2 2017)  Cineclube em SP realiza feira de trocas mensalmente
No último domingo (7), a associação Cineclube Socioambiental Crisantempo, localizada na Vila Madalena, bairro da zona oeste de São Paulo, realizou uma feira em que os moradores puderam trocar objetos entre si. A iniciativa busca incentivar o consumo consciente e levar para o espaço o conceito de economia solidária.
O evento funciona da seguinte maneira: cada um coloca seus bens num local e utiliza uma etiqueta com seu nome. Após a organização dos espaços pessoais, os participantes circulam para conhecer os espaços dos outros e 6num determinado momento (ao tocar do sino) começam as trocas.
Fonte: http://cicIovivo.com.br/noticia/cinecIube-em-sp-realiza-feira­-de-trocas-mensaImente/. Acesso em 03/10/2016.



Releia o trecho a seguir, destacado do texto:

“(...) num determinado momento (ao tocar o sino) começam as trocas.” (referência 6)

Em relação ao elemento sublinhado nesse trecho, é possível afirmar que a preposição “a” introduz uma oração adverbial reduzida com valor de
a) tempo.   
b) causa.   
c) finalidade.   
d) consequência.   

26. (Uerj 2018) 
(...) Minutos depois, já sozinhos, o médico foi sentar-se ao lado da mulher, o rapazinho estrábico dormitava num canto do sofá, o cão das lágrimas, deitado, com o focinho sobre as patas dianteiras, abria e fechava os olhos de vez em quando para mostrar que continuava vigilante, pela janela aberta, apesar da altura a que estava o andar, entrava o rumor das vozes alteradas, as ruas deviam estar cheias de gente, a multidão a gritar uma só palavra, Vejo, diziam-na os que já tinham recuperado a vista, diziam-na os que de repente a recuperavam, Vejo, vejo, em verdade começa a parecer uma história doutro mundo aquela em que se disse, Estou cego. (...) Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, 1Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem.
A mulher do médico levantou-se e foi à janela. Olhou para baixo, para a rua coberta de lixo, para as pessoas que gritavam e cantavam. Depois levantou a cabeça para o céu e viu-o todo branco, Chegou a minha vez, pensou. O medo súbito fê-la baixar os olhos. A cidade ainda ali estava.
JOSÉ SARAMAGO. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara. (epígrafe do livro)
Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem. (ref. 1)

Os fragmentos acima sintetizam a temática do romance de José Saramago. A epígrafe apresenta uma recomendação por meio de uma gradação de verbos com sentidos relacionados à visão. Nessa gradação, o verbo reparar assume duplo sentido.

Aponte esses dois sentidos. Em seguida, reescreva o trecho Cegos que, vendo, não veem, substituindo apenas a oração reduzida por uma oração desenvolvida em que o conectivo empregado explicite o paradoxo presente na fala do médico.



27. (Uerj 2017)  O DISCURSO
Natividade é que não teve distrações de espécie alguma. Toda ela estava nos filhos, e agora especialmente na carta e no discurso. Começou por não dar resposta às efusões políticas de Paulo; foi um dos conselhos do conselheiro. Quando o filho tornou pelas férias tinha esquecido a carta que escrevera.
O discurso é que ele não esqueceu, mas quem é que esquece os discursos que faz? Se são bons, a memória os grava em bronze; se ruins, deixam tal ou qual amargor que dura muito. O melhor dos remédios, no segundo caso, é supô-los excelentes, e, se a razão não aceita esta imaginação, consultar pessoas que a aceitem, e crer nelas. A opinião é um velho óleo incorruptível.
Paulo tinha talento. O discurso naquele dia podia pecar aqui ou ali por alguma ênfase, e uma ou outra ideia vulgar e exausta. Tinha talento Paulo. Em suma, o discurso era bom. Santos achou-o excelente, leu-o aos amigos e resolveu transcrevê-lo nos jornais. Natividade não se opôs, mas entendia que algumas palavras deviam ser cortadas.
– Cortadas, por quê? perguntou Santos, e ficou esperando a resposta.
– Pois você não vê, Agostinho; estas palavras têm sentido republicano, explicou ela relendo a frase que a afligira.
Santos ouvia-as ler, leu-as para si, e não deixou de lhe achar razão. Entretanto, não havia de as suprimir.
– Pois não se transcreve o discurso.
– Ah! isso não! O discurso é magnífico, e não há de morrer em S. Paulo; é preciso que a Corte o leia, e as províncias também, e até não se me daria fazê-lo traduzir em francês. Em francês, pode ser que fique ainda melhor.
– Mas, Agostinho, isto pode fazer mal à carreira do rapaz; o imperador pode ser que não goste...
Pedro, que assistia desde alguns instantes ao debate, interveio docemente para dizer que os receios da mãe não tinham base; era bom pôr a frase toda, e, a rigor, não diferia muito do que os liberais diziam em 1848.
– Um monarquista liberal pode muito bem assinar esse trecho, concluiu ele depois de reler as palavras do irmão.
– Justamente! assentiu o pai.
Natividade, que em tudo via a inimizade dos gêmeos, suspeitou que o intuito de Pedro fosse justamente comprometer Paulo. Olhou para ele a ver se lhe descobria essa intenção torcida, mas a cara do filho tinha então o aspecto do entusiasmo. Pedro lia trechos do discurso, acentuando as belezas, repetindo as frases mais novas, cantando as mais redondas, revolvendo-as na boca, tudo com tão boa sombra que a mãe perdeu a suspeita, e a impressão do discurso foi resolvida. Também se tirou uma edição em folheto, e o pai mandou encadernar ricamente sete exemplares, que levou aos ministros, e um ainda mais rico para a Regente.
MACHADO DE ASSIS . Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997.

Natividade, que em tudo via a inimizade dos gêmeos, suspeitou que o intuito de Pedro fosse justamente comprometer Paulo. Olhou para ele a ver se lhe descobria essa intenção torcida, mas a cara do filho tinha então o aspecto do entusiasmo. Pedro lia trechos do discurso, acentuando as belezas, repetindo as frases mais novas, cantando as mais redondas, revolvendo-as na boca, tudo com tão boa sombra que a mãe perdeu a suspeita, e a impressão do discurso foi resolvida.

Nesse trecho, observa-se que Pedro, mesmo com posição política contrária à de Paulo, lê com entusiasmo o discurso do irmão, trocando de lugar com ele. Essa troca de papéis sugere uma crítica acerca da política daquela época. Explicite essa crítica. Aponte, ainda, a relação de sentido que a oração sublinhada estabelece com a anterior.



28. (Uerj 2012) 
Durante mais de trinta anos, o bondezinho das dez e quinze, que descia do Silvestre, parava como burro ensinado em frente à casinha de José Maria, e ali encontrava, almoçado e pontual, o velho funcionário.
Um dia, porém, José Maria faltou. O motorneiro batia a sirene. Os passageiros se impacientavam. Floripes correu aflita a avisar o patrão. Achou-o de pijama, estirado na poltrona, querendo rir.
1Floripes serviu-lhe o jantar, deixou tudo arrumado, e retirou-se para dormir no barraco da filha.
Mais do que nunca, sentiu José Maria naquela noite a solidão da casa. Não tinha amigos, não tinha mulher nem amante.
ANÍBAL MACHADO. A morte da porta-estandarte e Tati, a garota e outras histórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1976.

No trecho transcrito a seguir há quatro orações, cujos limites estão assinalados por uma barra:

Floripes serviu-lhe o jantar, / deixou tudo arrumado, / e retirou-se / para dormir no barraco da filha. (ref. 1)

Reescreva esse trecho, passando a primeira oração para a voz passiva e convertendo a segunda em oração adjetiva introduzida por pronome.
Em seguida, indique a classificação sintática e semântica da última oração.


  
29. (Pucrj 2017)  O conceito de Trabalho Decente
Existe uma forte relação entre o conceito de Trabalho Decente e a noção da dignidade humana. Com efeito, tal como discutido por Rodgers (2002), o trabalho é o âmbito para o qual confluem os objetivos econômicos e sociais das pessoas. O trabalho supõe produção e rendimentos. Mas significa, também, integração social, identidade e dignidade pessoal. O vocábulo decente expressa algo que é ao mesmo tempo suficiente e desejável. Um Trabalho Decente significa um trabalho no qual o seu rendimento e as condições em que este se exerce estão de acordo com as nossas expectativas e as da comunidade, mas não são exageradas, estão dentro das aspirações razoáveis de pessoas razoáveis. [...]
Adaptado de ABRAMO, Laís. Trabalho Decente, informalidade e precarização do trabalho.

Sem alterar o sentido original, reescreva o trecho abaixo em uma única frase observando o início proposto. Faça as modificações necessárias.

“O trabalho supõe produção e rendimentos. Mas significa, também, integração social, identidade e dignidade pessoal.”

Embora


30. (Pucrj 2017)  Tentação
Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada. A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina.
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.
LISPECTOR, Clarice. A legião estrangeira. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1964, p. 67-69

a) Justifique a concordância de gênero aplicada à palavra sublinhada em “e encarnada na figura de um cão” (3º parágrafo do conto Tentação).


b) Reescreva a frase abaixo no passado.
“Se nos sonhos eu sentir medo de ladrões, eles serão por certo imaginários”.


c) Reescreva o período em destaque, usando a expressão tão... que. Faça as adaptações necessárias.
“A constatação é que as bases neurobiológicas do afeto desempenham papel muito significativo no comportamento humano, a ponto de aumentar as chances de sobrevivência.”



31. (Pucrj 2016)  Ética
A palavra “ética” vem do grego ethos, tal como “moral” vem do latim mores. Sintomaticamente, tanto ethos como mores significam costumes.
De acordo com essa significação original, as normas de conduta e a definição do que era certo e do que era errado eram impostas aos indivíduos pela comunidade, e os indivíduos as aceitavam (tendiam a concordar com o castigo, quando as infringiam).
Toda pessoa é um indivíduo singular, com desejos e interesses particulares, mas é também — potencialmente — um representante da humanidade (Kant). Coexistem dentro de cada um de nós, segundo Kant, o representante da humanidade e o indivíduo sempre particular. Por isso, o ser humano é “social-insociável”.

Texto modificado de KONDER, Leandro. Ética. In: YUNES, Eliana & BINGEMER, M. Clara Lucchetti. Virtudes. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio

Conservando o sentido original, reescreva a frase abaixo, atendendo ao início proposto em cada item:

“Toda pessoa é um indivíduo singular, com desejos e interesses particulares, mas é também — potencialmente — um representante da humanidade.”

i) Apesar de
ii) Embora



32. (Pucrj 2013) 
A história dos povos está atravessada pela viagem, como realidade ou metáfora. 1Todas as formas de sociedade, compreendendo tribos e clãs, nações e nacionalidades, colônias e impérios, trabalham e retrabalham a viagem, seja como modo de descobrir o “outro”, seja como modo de descobrir o “eu”. É como se a viagem, o viajante e a sua narrativa revelassem todo o tempo o que se sabe e o que não se sabe, o conhecido e o desconhecido, o próximo e o remoto, o real e o virtual. A viagem pode ser breve ou demorada, instantânea ou de longa duração, delimitada ou interminável, passada, presente ou futura. Também pode ser peregrina, mercantil ou conquistadora, tanto quanto turística, missionária ou aventurosa. Pode ser filosófica, artística ou científica. Em geral, a viagem compreende várias significações e conotações, simultâneas, complementares ou mesmo contraditórias. São muitas as formas das viagens reais ou imaginárias, demarcando momentos ou épocas mais ou menos notáveis da vida de indivíduos, famílias, grupos, coletividades, povos, tribos, clãs, nações, nacionalidades, culturas e civilizações. São muitos os que buscam o desconhecido, a experiência insuspeitada, a surpresa da novidade, a tensão escondida nas outras formas de ser, sentir, agir, realizar, lutar, pensar ou imaginar.
IANNI, Octavio. A metáfora da viagem. In: IANNI, Octavio. Enigmas da Modernidade-Mundo.

Responda.
a) Identifique, no trecho abaixo, a palavra que denota uma ação recorrente das sociedades no tratamento do tema viagem.
“Todas as formas de sociedade, compreendendo tribos e clãs, nações e nacionalidades, colônias e impérios, trabalham e retrabalham a viagem, seja como modo de descobrir o ‘outro’, seja como modo de descobrir o ‘eu’.” (ref. 1)


b) Segundo Octavio Ianni, “a viagem compreende várias significações e conotações, simultâneas, complementares ou mesmo contraditórias”. Ao longo do texto, o autor relaciona a noção de viagem a traços distintos e opostos entre si.
Observando os recursos coesivos empregados, faça o que é pedido a seguir.
i. Transcreva a passagem em que esses traços distintos estão contidos simultaneamente na noção de viagem.
ii. Transcreva a passagem em que esses traços distintos são postos de forma excludente na caracterização de viagem.


c) Mantendo o sentido original, reescreva a frase abaixo sem empregar a expressão em destaque. Faça alterações, se necessárias.
“A viagem também pode ser peregrina, mercantil ou conquistadora, tanto quanto turística, missionária ou aventurosa”.


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Gabarito:  

Resposta da questão 1: [C]
[A] A conjunção mas não tem esta função sintática de ligar verbos, mas orações ou ideias contrárias.
[B] A conjunção vai ligar ideias opostas, mas em nenhum momento, neste caso, inconciliáveis, pelo contrário.
[C] Correta. A conjunção mas liga um verso que expressa uma fatalidade, algo que pode acontecer na história de vida de qualquer pessoa, com outro verso que vai expressar o que deve ser feito o que pode ser feito, qual a tarefa que deve ser realizada a fim de melhorar o mundo em que se vive.
[D] Não há enunciado introdutório no poema.
[E] A conjunção não liga a intensidade dos problemas do mundo, nem seria esta sua função sintática.  

Resposta da questão 2: [A]
É correta a opção [A], pois a conjunção coordenativa adversativa “mas” expressa oposição ao que é enunciado na oração principal, em que Filipe discorre sobre o fato de a preguiça ser a mãe (origem) de todos os defeitos. Ao contrário, do que se esperava, o personagem subverte o significado do termo naquele contexto para justificar a sua preguiça.  

Resposta da questão 3: [A]
Ao incluir termos de grande âmbito significativo (“mundo”, “mar” e “amor”) em espaços reduzidos (“janela”, “cama”, “colchão” e ação de beijar) o poeta usa a conjunção coordenativa “e” com valor adversativo, estabelecendo oposição entre as orações.  

Resposta da questão 4: [A]
A expressão “além disso” acrescenta informações (“é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue”) ao que havia sido anteriormente sobre as atitudes recomendáveis para se ter um estilo de vida benéfico à saúde (“manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente”).  

Resposta da questão 5: [E]
Na primeira ocorrência, a conjunção subordinativa “mas” expressa oposição (“O calor era forte...”, ‘ O vento batendo nas cortinas...lembrava-lhe que se quisesse podia parar”). Na segunda, a palavra enfatiza, realça a ideia de que são “essas apenas” e “não outras” que “ela plantara”, sendo usada como partícula expletiva ou de realce.  

Resposta da questão 6: [D]
A conjunção subordinativa “mesmo” indica concessão, pois estabelece uma relação de oposição ao que seria esperado. Apesar de o Flamengo ter maior posse de bola, tinha dificuldade em chegar à área alvinegra. “Mesmo” ser substituído por “embora” ou “ainda que”. “Após” e “enquanto” estabelecem circunstância de tempo, “no entanto”, adversidade e “por causa de”, causa, o que invalida as outras opções.   

Resposta da questão 7: [B]
É correta a opção [B], pois o vocábulo “também” é elemento coesivo que enfatiza o gênero musical a que estão vinculados os rappers Emicida e MV Bill.

Resposta da questão 8: [A]
A locução ou seja é uma expressão cuja finalidade é a de explicar ou esclarecer alguma ideia, no caso, ela esclarece a abordagem sobre, segundo o autor, a melhor maneira de se diminuir a quantidade de lixo.  

Resposta da questão 9: [D]
A relação estabelecida entre as orações destacadas é de oposição, portanto o conectivo “mas” pode ser substituído por “embora” sem prejuízo de sentido. As demais alternativas alteram-na para relação de causa e consequência entre as orações.  

Resposta da questão 10: [C]
Os elementos coesivos destacados não encontram correspondência correta em A, B e D, pois “já que” marca relação de causalidade; “mas”, de adversidade e “enquanto”, relação de tempo. Também não existe oposição entre os dois últimos parágrafos do texto como se afirma em E, mas sim uma relação de continuidade, pois o verbo de elocução “ironizou”, do quarto parágrafo, introduz a fala de Diego Sousa expressa em discurso direto no 5º parágrafo. Portanto, apenas C está correta, pois o segundo parágrafo explica a causa da vitória do Palmeiras não ter sido suficiente para alegrar o público: as vaias da torcida e os gestos obscenos do jogador contribuíram para ensombrar o evento.  

Resposta da questão 11:
 a) Anunciou” está conjugado no pretérito perfeito do modo Indicativo, apontando para uma ação pontual e concluída no passado; já “permitira”, conjugado no pretérito mais-que-perfeito do modo Indicativo, está apontando para uma ação anterior à outra ação (“anunciou”) também no pretérito.
A reescrita solicitada é: Assim que a China anunciou, no dia 11 [11.08.2015], que havia permitido uma queda de 1,9% no valor de sua moeda, o yuan, Bolsas e moedas de outros países desabaram.”

b) Uma vez que a China anunciou, no dia 11, que permitira uma queda de 1,9% no valor de sua moeda, o yuan, Bolsas e moedas de outros países desabaram.”   

Resposta da questão 12:
 a) Mesmo sendo abundante e até densa…

Resposta da questão 13:
i. por isso; logo; portanto

Resposta da questão 14:
 a) [I] O exílio é – segundo Edward Said – uma condição criada para que se neguem a dignidade e a identidade das pessoas.

b) Os dois pontos iniciam um período explicativo, portanto o conectivo é “porque”.  

Resposta da questão 15:
 a) Mas.

Resposta da questão 16:
 a) Se fizermos algo que aumente nossas chances de sobreviver ou de procriar, nos sentiremos muito bem.

b) Pois.

Resposta da questão 17:
 a)
i. O referente do pronome se é loucura e o do pronome seu, razão.
ii. Pois, porque, já que, visto que, uma vez que.
b) O verbo está concordando com características próprias.  

Resposta da questão 18:
 Do texto depreende-se que Diego busca fazer diversos experimentos com a natureza para conseguir criar composições musicais. Sendo assim, pode-se escolher tanto a oração subordinada adverbial “para ele fazer música com uma coisa”, quanto “para fazer suas composições em parceria com a natureza”, ambas significando essa finalidade de produção musical com a natureza.  

Resposta da questão 19:
 [B]
A oração “de amar” complementa o sentido da anterior “Hei de morrer”, uma vez que destaca qual é a causa dessa morte. Assim, o eu lírico morrerá em razão do seu amor.  

Resposta da questão 20: [D]
A alternativa [A] está incorreta. No fragmento [I], o uso da vírgula é obrigatório. Também é falsa a alternativa [B]. No fragmento [II], o uso de vírgulas acrescenta uma informação (“e rostos”) de forma intercalada. No excerto [III], elas intercalam uma oração subordinada adverbial proporcional com verbo elíptico. Da mesma forma, está incorreta a alternativa [C], pois o uso de vírgulas no fragmento [IV] ocorre para intercalar e enfatizar a conjunção coordenativa adversativa “porém”.  

Resposta da questão 21: [A]
Quando temos uma oração adverbial ou um advérbio no início do período, devemos separá-lo com vírgula. Assim, falta uma vírgula depois de jovem (ref. 2).
Os dois-pontos presentes na referência 6 têm por finalidade apresentar qual é a fonte primária anteriormente mencionada.
As aspas utilizadas na referência 6 têm por finalidade marcar uma expressão utilizada por outro autor.
Os parênteses na referência 17 trazem uma breve explicação daquilo que foi dito anteriormente.  

Resposta da questão 22: [A]
[B] Incorreta: o termo “mas” é uma conjunção adversativa, ao passo que “embora” é concessiva. Assim, há alteração de significado ao substituir uma pela outra. Além disso, o uso do “embora” implicaria uma mudança na conjugação verbal.
[C] Incorreta: a expressão “no entanto”, na verdade, estabelece ideia de adversidade.
[D] Incorreta: “se” é um pronome que integra o verbo “juntar”.  

Resposta da questão 23: [B]
[A] As adverbiais causais expressam motivo, causa, não correspondendo à conjunção destacada.
[B] CORRETA. As adverbiais consecutivas expressam consequência e são iniciadas pelo que depois da conjunção tão, tanto, tamanho etc. Dessa maneira, correspondendo às funções da conjunção destacada.
[C] A conjunção destacada não expressa condição.
[D] As adverbiais concessivas apresentam um fato contrário à oração principal, o que invalida esta alternativa, uma vez que a segunda oração apenas confirma, ratificando a ideia da oração principal.
[E] As orações adverbiais conformativas são iniciadas pelas conjunções como, conforme, segundo, o que não corresponde à conjunção destacada.  

Resposta da questão 24: [B]
As opções [A], [C], [D] e [E] são incorretas, pois
[A] para inicia uma oração adverbial final;
[C] como introduz uma oração adverbial comparativa;
[D] porém indica adversidade e não concessão;
[E] para que exprime finalidade.

A conjunção “e” apresenta noção de adição, o que valida a opção [B].   

Resposta da questão 25: [A]
A preposição “a” introduz uma oração adverbial reduzida, que especifica a circunstância do “determinado momento” mencionado em que começam as trocas. Assim, apresenta uma ideia de tempo: o tempo em que começam as trocas é o momento do tocar do sino.  

Resposta da questão 26:
 O verbo “reparar” apresenta o sentido de olhar com atenção, assim, se é possível ver, é também possível observar com atenção. Outro sentido adquirido é o de consertar: se é possível observar os problemas, também é possível pensar em soluções para consertá-los. Pode-se reescrever o trecho fazendo uso de um conectivo de concessão, por exemplo: “cegos que, mesmo vendo, não veem” ou “cegos que, embora vejam, não veem”.  

Resposta da questão 27:
 A crítica acerca da política daquela época que a troca de papéis sugere é que não há uma oposição nítida entre os discursos monarquista e republicano.
A relação de sentido que a oração sublinhada estabelece com a anterior é de consequência.  

Resposta da questão 28:
 Ao passar a oração principal para a voz passiva e substituir a coordenada assindética por uma subordinada adjetiva, o trecho apresentaria a seguinte configuração: o jantar foi-lhe servido por Floripes, que deixou tudo arrumado, e retirou-se para dormir no barraco da filha. O trecho “para dormir no barraco da filha” constitui uma oração subordinada adverbial final, reduzida de infinitivo.  

Resposta da questão 29:
Embora suponha produção e rendimentos, o trabalho significa também integração social, identidade e dignidade pessoal.

Resposta da questão 30:
 a) Ao relermos o período: “A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão”, vemos que a palavra “encarnada” está no feminino, pois concorda com “possibilidade”, substantivo também feminino.
b) O verbo “sentir” está no presente do subjuntivo e sua forma passada seria no imperfeito do subjuntivo: “sentisse”. Já “serão” está no futuro do presente do indicativo e para manter a correlação verbal com o imperfeito do subjuntivo, deve ser passado para o futuro do pretérito do indicativo. Assim, temos: Se nos sonhos eu sentisse medo de ladrões, eles seriam por certo imaginários.
c) A constatação é que as bases neurobiológicas do afeto desempenham papel tão significativo no comportamento humano que aumentam as chances de sobrevivência.  

Resposta da questão 31:
 a) i. Apesar de toda pessoa ser um indivíduo singular, com desejos e interesses particulares, é também – potencialmente – um representante da humanidade.
ii. Embora toda pessoa seja um indivíduo singular, com desejos e interesses particulares, é também – potencialmente – um representante da humanidade.

Resposta da questão 32:
a) Retrabalham ou descobrir.
b)
i. “É como se a viagem, o viajante e a sua narrativa revelassem todo o tempo o que se sabe e o que não se sabe, o conhecido e o desconhecido, o próximo e o remoto, o real e o virtual.”
ii. “A viagem pode ser breve ou demorada, instantânea ou de longa duração, delimitada ou interminável, passada, presente ou futura.”
c) A viagem também pode ser peregrina, mercantil ou conquistadora, assim como/ bem como/da mesma forma que turística, missionária ou aventurosa.