01. (Efomm 2017)
A PIPOCA -
Rubem Alves
A culinária me fascina. De vez em
quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente
com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas
que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de “culinária literária”.
Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas,
ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada,
suflês, sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro
poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A festa de Babette, que é uma celebração da comida como ritual de
feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como
chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo – porque a culinária
estimula todas essas funções do pensamento.
As comidas, para mim, são entidades
oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto,
que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente
isso que aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu
uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou
psicanalíticas.
Lembrei-me do sentido religioso da
pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos
são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de
vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho
devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me,
então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé
baiano: que a pipoca é a comida sagrada do candomblé...
Em Minas, todo mundo sabe o que é
piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas descobri que eles ignoram o que
seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra
inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu
conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu
amigo William, extraordinário professor-pesquisador da Unicamp, especializou-se
em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com
certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Terminado o estouro
alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada.
Seu destino é o lixo. Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que
voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...
Disponível em http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp.
Acessado em 31 de mai. 2016.
Ao longo do texto o autor se vale de diferentes
tipos de aposto. Assinale a
única opção em que NÃO se encontra essa construção sintática:
a) Sabedor das minhas limitações e
competências, nunca escrevi como chef.
b) A pipoca, milho mirrado, grãos redondos
e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa (...)
c) Lembrei-me, então, de lição que aprendi
com a Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé (...)
d) Já escrevi sobre as mais variadas
entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com
tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.
e) Meu amigo William, extraordinário
professor-pesquisador da Unicamp, especializou-se (...)
02.
(Unesp 2016) Leia o poema do português Eugênio de Castro (1869-1944) para responder a
questão a seguir.
MÃOS
Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,
o vosso gesto é como um balouçar de palma;
o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso gesto canta!
Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,
rolas à volta da negra torre da minh’alma.
Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas,
Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos,
Divinas mãos que me heis coroado de espinhos,
Mas que depois me haveis coroado de rosas!
Afilhadas do luar, mãos de rainha,
Mãos que sois um perpétuo amanhecer,
Alegrai, como dois netinhos, o viver
Da minha alma, velha avó entrevadinha.
(Obras poéticas, 1968.)
Na última estrofe do poema, os termos “Afilhadas do luar”, “mãos de
rainha” e “Mãos que sois um perpétuo amanhecer” funcionam, no período de que
fazem parte, como
a) orações intercaladas.
b) apostos.
c) adjuntos adverbiais.
d) vocativos.
e) complementos nominais.
03. (Ifsp 2013) No português, encontramos variedades
históricas, tais como a representada na cantiga trovadoresca de João Garcia de
Guilhade, ilustrada a seguir.
Non chegou, madre, o meu amigo,
e oje est o prazo saido!
Ai, madre, moiro d’amor!
Non chegou, madre, o meu amado,
e oje est o prazo passado!
Ai, madre, moiro d’amor!
E oje est o prazo saido!
Por que mentiu o desmentido?
Ai, madre, moiro d’amor!
E oje, est o prazo passado!
Por que mentiu o perjurado?
Ai, madre, moiro d’amor!
No verso – Ai, madre, moiro
d’amor! – a função sintática do termo madre é a seguinte:
a) sujeito.
b) objeto direto.
c) adjunto adnominal.
d) vocativo.
e) aposto.
04. (Insper 2012) Ah,
Scarlett, mulher sinestesia, seu nome tem o som da cor dos seus lábios:
Scarlett, scarlet, escarlate.
(Álvaro Pereira Júnior, em referência à atriz
Scarlett Johansson. Folha de São Paulo, 17/09/2011)
O que melhor explica o aposto “mulher sinestesia” atribuído à atriz é
o(a)
a) jogo de palavras com apelo sonoro ao
final do período.
b) enumeração ascendente que intensifica a
ideia relacionada à cor vermelha.
c) junção de planos sensoriais diferentes
numa só impressão.
d) modo exagerado e dramático como o autor
se refere à beleza da atriz.
e) personificação dos lábios da mulher,
atribuindo-lhe vida própria.
05. (G1
- cp2 2012) Uma índia Guajá amamenta um cateto, filhote de porco-do-mato, ato comum
nesta tribo do Maranhão. Depois da caça, quando os índios percebem que mataram
a fêmea e há filhotes órfãos, estes são levados para a tribo e criados como
filhos legítimos. É uma maneira de preservar a fauna.
No primeiro período do texto, há um aposto relativo
ao animal encontrado na foto. Transcreva
esse aposto.
06. (G1 - ifal 2012)
Morre Steve Jobs, fundador da Apple e
revolucionário da Tecnologia
À frente da empresa que criou, o executivo foi o responsável pelo
lançamento de aparelhos que mudaram o mundo, como o iPad, o iPhone e o
Macintosh.
O Estado de S. Paulo
CUPERTINO – Morreu, aos 56 anos, Steve Jobs, cofundador da Apple. Ele
havia renunciado à presidência da empresa em agosto, após 14 anos no comando.
"Estamos profundamente entristecidos com o anúncio de que Steve Jobs
morreu hoje", informou a empresa, em um pequeno comunicado. "O
brilho, paixão e energia de Steve são fontes de inúmeras inovações que
enriqueceram e melhoraram todas as nossas vidas. O mundo é imensuravelmente
melhor por causa de Steve."
(http://economia.estadao.com.br/noticias/. Acessado
em 10/10/11.)
No título da notícia: “Morre
Steve Jobs, fundador da Apple e revolucionário da Tecnologia”, fazendo-se
uma análise sintática desse período, é correto afirmar que:
a) Steve Jobs é objeto direto.
b) Steve Jobs é sujeito simples.
c) Steve Jobs é aposto.
d) Steve Jobs é sujeito composto.
e) Steve Jobs é objeto indireto.
07. (Fgv 2007) Leia o poema a seguir e responda a
questão a ele pertinente.
Vê-se no espelho; e vê, pela janela,
A dolorosa angústia vespertina:
Pálido morre o sol... Mas, ai! Termina
Outra tarde mais triste, dentro dela;
Outra queda mais funda lhe revela
O aço feroz, e o horror de outra ruína;
Rouba-lhe a idade, pérfida e assassina,
Mais do que a vida, o orgulho de ser bela!
Olavo
Bilac. Poesias. São Paulo: Martin
Claret, 2004
Observe os versos a seguir:
Rouba-lhe a idade, pérfida e assassina,
Mais do que a vida, o orgulho de ser bela!
Deles se entende que:
a) "a vida" é sujeito.
b) "pérfida e assassina" é
vocativo.
c) "a idade" é objeto direto.
d) "a idade" é sujeito.
e) "o orgulho de ser bela" é
aposto de "vida".
08. (Unicamp 2006) Leia o trecho a seguir e responda:
- Vovô, eu quero
ver um cometa!
Ele me levava até a
janela. E me fazia voltar os olhos para o alto, onde o sol reinava sobre a
Saracena.
- Não há nenhum
visível no momento. Mas você há de ver um deles, o mais conhecido, que, muito
tempo atrás, passou no céu da Itália. Muito tempo atrás... atrás de onde? Atrás
de minha memória daquele tempo.
E vovô Leone
continuava:
- Um dia, você há
de estar mocinha, e eu já estarei morando junto das estrelas. E você há de ver
a volta do grande cometa, lá pelo ano de 2010...
Eu me agarrava à
cauda daquele tempo que meu avô astrônomo me mostrava com os olhos do futuro e
saía de sua casa. Na rua, com a cabeça nas nuvens, meus olhos brilhavam como
estrelas errantes. Só baixavam à terra quando chegava à casa de vovô Vincenzo,
o camponês.
(lIke Brunhilde Laurito, A menina que fez a América. São Paulo:
FTD, 1999, p. 16.)
Releia o seguinte recorte: "Eu me agarrava à cauda daquele tempo
que meu avô astrônomo me mostrava com os olhos do futuro e saía de sua casa. Na
rua, com a cabeça nas nuvens, meus olhos brilhavam como estrelas errantes. Só
baixavam à terra quando chegava à casa de vovô Vincenzo, o camponês".
a)
Explique as relações que as expressões
'cauda daquele tempo', 'olhos do futuro' e 'cabeça nas nuvens' estabelecem
entre si.
b)
No mesmo trecho, explique a relação do
aposto com o movimento dos olhos do personagem.
09. (Ufrrj 2000) O HOMEM; AS VIAGENS
O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo.
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua,
humaniza a Lua.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. As impurezas
do branco. Rio de Janeiro, José Olympio, 1974. p. 20-22.)
Na primeira estrofe, a insignificância do homem no universo é expressa
através de um
a) sujeito.
b) aposto.
c) predicativo.
d) objeto direto.
e) adjunto adverbial de lugar.
10.
(Fei 2009) "Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na
qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne ou de um Xavier de
Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de
FINADO. Escrevi-a com a pena da GALHOFA e a tinta da melancolia, e não é
difícil antever o que poderá sair desse CONÚBIO. Acresce que a gente grave
achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo que a gente FRÍVOLA
não achará nele seu romance usual; ei-lo aí fica PRIVADO da estima dos graves e
do amor dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião".
Observe o fragmento: "Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na
qual eu, BRÁS CUBAS, se adotei a forma livre de um Sterne ou de um Xavier de
Maistre...". Assinale a alternativa que analise corretamente a função
sintática do elemento em destaque no contexto em que se insere:
a) complemento nominal
b) objeto direto
c) sujeito
d) aposto
e) locução adjetiva
11. (Mackenzie 2006) "Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela."
Assinale a alternativa em que aparece uma função sintática que se repete
no texto.
a) objeto direto
b) complemento nominal
c) sujeito
d) aposto
e) predicativo do sujeito
12. (G1 2006) Destaque o aposto:
a) Lygia Fagundes Telles, grande escritora brasileira, reside em São
Paulo.
b) Admiradora de Rita Lee, Elis Regina não se conteve e escreveu-lhe uma
carta, começando assim uma grande amizade entre as duas já então famosas cantoras.
c) O ministro do Trabalho, político famoso pela sua moderação, sentou-se
com os patrões e empregados para negociar o fim da greve.
d) Carlos Drummond de Andrade nasceu em ltabira, cidade de Minas Gerais,
e morreu no Rio de Janeiro.
e) Os primeiros escritores indianistas do Brasil, isto é, José de
Alencar e Gonçalves Dias, viam o nosso índio como um herói. Hoje, outros
escritores, como Antônio Callado e Márcio Souza, mostram-nos o índio destruído
lentamente pelos brancos.
f) Os dois filhos doutores, isto é, advogado e biólogo, orgulham-se da
origem simples dos pais.
13. (G1
- cps 2017) Leia a tirinha que apresenta o diálogo entre Mafalda e seu pai e
responda à questão.
Tendo isso em vista, assinale a alternativa que
contenha o vocativo utilizado por Mafalda.
a) você
b) se
c) tão
d) papai
e) como
14. (Uerj 2014) Os usos da casimira inglesa
Estou lhe escrevendo, Matilda, para lhe transmitir
aquilo que a contrariedade (para não falar indignação) me impediu de dizer de
viva voz. Note, é a primeira vez que isso acontece nos nossos 35 anos de
casados, mas é primeira vez que pode também ser a última. Não é ameaça. É
constatação. Estou profundamente magoado com sua atitude e não sei se me
recuperarei.
Tudo por causa de sua teimosia. Você insiste,
contra todas as minhas ponderações, em dar a seu pai um corte de casimira
inglesa como presente de aniversário. Eu já sei o que você vai me dizer: é seu
pai, você gosta dele, quer homenageá-lo. Mas, com casimira, Matilda. Com
casimira inglesa, Matilda. Que horror, Matilda.
Raciocinemos, Matilda. Casimira inglesa, você sabe
o que é isso? A lã dos melhores ovinos, Matilda. A tecnologia de um país que,
afinal, deu ao mundo a Revolução Industrial. O trabalho de competentes
funcionários. E sobretudo tradição, a qualidade. Esse é o tecido que está em
questão, Matilda. A casimira inglesa.
(...)
Estou partindo Matilda. Deixo o meu endereço. Como
você vê, estou indo para longe, para uma pequena praia da Bahia. Trópico,
Matilda. Lá ninguém usa casimira.
Moacyr Scliar. Contos reunidos. São Paulo: Cia das Letras, 1995.
O conto de Moacyr Scliar adota a forma de uma carta, gênero que tem
convenções específicas. Uma das marcas que permitem associar esse texto a uma
carta é a presença de:
a) vocativo
b) narrativa
c) confissão
d) argumentação
15. (G1
- ifba 2014)
Grande parte dos avanços tecnológicos
integra o processo evolutivo da comunicação, conduzindo-nos para uma maior
democratização da informação e, consequentemente, do saber. A comunicação
virtual introduz um conceito de descentralização da informação e do poder de comunicar.
Todo computador, conectado à internet, possui a capacidade de transmitir palavras,
imagens, sons. Não se limita apenas aos donos de jornais e emissoras; qualquer pessoa
pode construir um site na internet, sobre qualquer assunto e propagá-lo
de maneira simples. O espaço cibernético tem se tornado um lugar essencial, um
futuro próximo de comunicação completamente distinta da mídia clássica. [...].
É nesse ponto que a internet se
sobressai, pois integra e condensa nela todos os recursos de todas as formas de
comunicação, como jornal, por exemplo. Além de apresentar todas as funções do
jornalismo, que, segundo Beltrão são econômica, social educativa e de entretenimento,
ela é um meio de comunicação interativo. Além disso, há a questão da dinamicidade
e da interatividade: 1o espaço virtual, diferentemente de um texto
de jornal ou revista em papel, está constantemente em movimento.
GALLI,
Fernanda. Linguagem da internet: um meio de comunicação global. In: Hipertexto
e gêneros digitais.
MARCUSCHI,
Luiz Antônio; XAVIER, Antonio Carlos (Org.). São Paulo: Cortez, 2010, p. 151-2.
(adaptado)
Quanto à função da vírgula no trecho a seguir, marque
a alternativa correta:
[...] o espaço virtual, diferentemente de um texto
de jornal ou revista em papel, está constantemente em movimento (ref. 1).
a) Destacar o vocativo.
b) Indicar um aposto.
c) Separar uma oração subordinada adjetiva
explicativa.
d) Separar uma oração coordenada
assindética.
e) Enumerar termos de mesmo valor
sintático.
16. (G1
- cp2 2014) A música popular entra no paraíso - Carlos
Drummond de Andrade
Deus – Quem é este baixinho que vem aí, ao som do violão, de copo cheio na mão?
São Pedro – Senhor, pelos indícios, só pode ser o vosso servo Vinicius, Menestrel da
Gávea e dos amores inumeráveis.
Deus – Ele deu alegria ao meu povo?
São Pedro (exultante) – Se deu, Senhor! E para isso não precisava sempre compor canções alegres.
Ia até o fundo das canções tristes, mas dava-lhes uma tal doçura e meiguice que
as pessoas, ouvindo-as, não sabiam se choravam ou se viam consoladas velhas
mágoas. Era um coração se desfazendo em música, Senhor. Deu tanta alegria ao
povo, que até a última hora de sua vida (esta não chegou a ser longa, mas se
alongou em canção) trabalhou com seu fiel parceiro Toquinho para levar às
crianças um tipo musical de felicidade. Morreu, pois, a vosso serviço, Senhor.
Deus (disfarçando a emoção) – Mande entrar, mande entrar logo esse rapaz.
(In: Jornal do Brasil. Crônica
de 11 de julho de 1980. Com adaptações.)
Copie do texto o termo empregado como vocativo.
17. (G1
- cp2 2014) Samba da bênção
É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não
Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração
Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não
Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida
Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!
A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida
Há sempre uma mulher à sua espera
Com os olhos cheios de carinho
E as mãos cheias de perdão
Ponha um pouco de amor na sua vida
Como no seu samba
Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não
Vinícius de Moraes. (http://letras.mus.br/vinicius-de-moraes/86496.
Acessado em 10/10/2013)
No poema, quais são os dois vocativos usados pelo
eu lírico, para dirigir-se ao leitor?
18. (Uff 2010) Bye, Bye Brasil
Oi,coração
Não dá pra
falar muito não
Espera
passar o avião
Assim que o
inverno passar
Eu acho que
vou te buscar
Aqui tá
fazendo calor
Deu pane no
ventilador
Já tem
fliperama em Macau
Tomei a
costeira em Belém do Pará
Puseram uma
usina no mar
Talvez
fique ruim pra pescar
Meu amor
No
Tocantins
O chefe dos
parintintins
Vidrou na
minha calça Lee
Eu vi uns
patins pra você
Eu vi um
Brasil na tevê
Capaz de
cair um toró
Estou me
sentindo tão só
Oh, tenha
dó de mim
Pintou uma
chance legal
Um lance na
capital
Nem tem que
ter ginasial
Meu amor
No Tabariz
O som é que
nem os Bee Gees
Dancei com
uma dona infeliz
Que tem um
tufão nos quadris
Tem um
japonês trás de mim
Eu vou dar
um pulo em Manaus
Aqui tá
quarenta e dois graus
O sol nunca
mais vai se pôr
Eu tenho
saudades da nossa canção
Saudades de
roça e sertão
Bom mesmo é
ter um caminhão
Meu amor
|
Baby, bye
bye
Abraços na
mãe e no pai
Eu acho que
vou desligar
As fichas
já vão terminar
Eu vou me
mandar de trenó
Pra Rua do
Sol , Maceió
Peguei uma
doença em Ilhéus
Mas já tô
quase bom
Em março
vou pro Ceará
Com a
bênção do meu orixá
Eu acho
bauxita por lá
Meu amor
Bye bye, Brasil
A última
ficha caiu
Eu penso em
vocês night and day
Explica que
tá tudo okay
Eu só ando
dentro da lei
Eu quero
voltar, podes crer
Eu vi um
Brasil na tevê
Peguei uma
doença em Belém
Agora já tá
tudo bem
Mas a
ligação tá no fim
Tem um
japonês trás de mim
Aquela
aquarela mudou
Na estrada
peguei uma cor
Capaz de
cair um toró
Estou me
sentindo um jiló
Eu tesão é
no mar
Assim que o
inverno passar
Bateu uma
saudade de ti
Tô afim de
encarar um siri
Com a
bênção de Nosso Senhor
O sol nunca
mais vai se pôr.
|
Roberto Menescal e Chico Buarque
“Oi, coração
Não dá pra falar muito não
Espera passar o avião
Assim que o inverno passar
Eu acho que vou te buscar
Aqui tá fazendo calor
Deu pane no ventilador”
a) Transcreva
o pronome que recupera o vocativo presente nos versos acima.
b) Comente
o recurso linguístico utilizado pelo compositor, Chico Buarque, ao atribuir um
determinado fato a alguém fora do texto, no seguinte verso:
Puseram uma usina no mar (verso 10)
c) A
canção Bye Bye Brasil apresenta, em relação à construção linguística,
uma série de exemplos de registro familiar. Transcreva dois (2) exemplos
e reescreva-os em registro padrão.
19. (Ufscar 2003) Iracema, de José de Alencar.
Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco
partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido.
De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu.
O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de
ternura e amor. Sofreu mais d'alma que da ferida.
(...)
A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que
gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao
desconhecido, guardando consigo a ponta farpada.
O guerreiro falou:
- Quebras comigo a flecha da paz?
- Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? Donde
vieste a estas matas, que nunca viram outro guerreiro como tu?
- Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus
irmãos já possuíram, e hoje têm os meus.
- Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das
aldeias, e à cabana de Araquém, pai de Iracema.
Em "Iracema", Alencar traz como personagem central uma índia. Os
vocativos presentes nas falas de Iracema e do moço desconhecido permitem
analisar como cada um deles concebia o outro. Transcreva esses vocativos do
texto e explique a imagem que Iracema tinha do desconhecido e a imagem que ele
tinha de Iracema.
20. (Uerj 2002) ACALANTO DO SERINGUEIRO
Seringueiro brasileiro,
Na escureza da floresta
Seringueiro, dorme.
Ponteando o amor eu forcejo
Pra cantar uma cantiga
Que faça você dormir.
Que dificuldade enorme!
Quero cantar e não posso,
Quero sentir e não sinto
A palavra brasileira
Que faça você dormir...
Seringueiro, dorme...
(...)
Mas porém é brasileiro,
Brasileiro que nem eu...
Fomos nós dois que botamos
Pra fora Pedro II...
Somos nós dois que devemos
Até os olhos da cara
Pra esses banqueiros de Londres...
Trabalhar nós trabalhamos
Porém pra comprar as pérolas
Do pescocinho da moça
Do deputado Fulano.
Companheiro, dorme!
Porém nunca nos olhamos
Nem ouvimos e nem nunca
Nos ouviremos jamais...
Não sabemos nada um do outro,
Não nos veremos jamais!
(...)
Seringueiro, dorme!
Num amor-de-amigo enorme
Brasileiro, dorme!
Brasileiro, dorme.
Num amor-de-amigo enorme
Brasileiro, dorme.
(ANDRADE, Mário
de. Poesias completas. São Paulo:
Livraria Martins, 1980.)
O uso do vocativo é uma das marcas, no poema, do desejo de comunicação
do eu poético.
O vocativo inicial "Seringueiro brasileiro" é substituído, ao
longo do texto, por "seringueiro", "companheiro" e,
finalmente, por "brasileiro", enfaticamente repetido ao final.
Esse recurso formal da repetição, no encerramento do texto, é empregado
para:
a) construir um desfecho inesperado
b) reafirmar uma identidade específica
c) destacar uma característica implícita
d) assinalar uma contradição crescente
21.
(Unesp 2008) BYE BYE BRASIL
Mulher Nordestina:
- Meu santo, minha família foi embora, meu santo. Filho, nora, neto...,
fiquei só com o meu velho que morreu na semana passada. Agora, quero ver o meu
povo. Meu santo, me diga, onde é que eles foram, meu santo?
Lord Cigano:
- E eu sei lá? Como é que eu vô saber? Quer dizer... eu sei... eu... Eu
tô vendo. Eu estou vendo a sua família, eles estão a muitas léguas daqui.
Mulher Nordestina:
- Vivos?
Lord Cigano:
- É, vivos, se acostumando ao lugar novo.
Mulher Nordestina:
- A gente se acostuma com tudo... Onde é que eles estão agora, meu
santo?
Lord Cigano:
- Ah, pera aí, deixa eu ver! Eu tô vendo: eles estão num vale muito
verde onde chove muito, as árvores são muito compridas e os rios são grandes
feito o mar. Tem tanta riqueza lá, Que.. ninguém precisa trabalhar. Os velhos
não morrem nunca e os jovens não perdem sua força. É uma terra tão verde...
Altamira!
(In:
filme BYE BYE BRASIL (1979).
Produzido por Lucy Barreto. Escrito e dirigido por Carlos Diegues.)
A primeira fala da Mulher Nordestina, em "Bye Bye Brasil",
caracteriza-se pelas interpelações em primeira pessoa, repetições de palavras e
a retomada insistente dos mesmos conteúdos. Releia com atenção o referido
discurso direto e, em seguida,
a)
indique uma frase em que ocorre
repetição do elemento vocativo;
b)
explique o valor semântico que o
vocábulo "povo" representa na elocução emotiva da personagem.
22. (Mackenzie 2006) "É loucura, meu anjo, é loucura
Os amores por anjos... bem sei!
Foram sonhos, foi louca ternura
Esse amor que a teus pés derramei!"
Assinale a alternativa correta sobre a estrofe acima.
a) Nas pessoas de todos os verbos e
pronomes, expressa-se o objetivismo do poema.
b) O vocativo e o complemento nominal
colocam a mulher amada na dimensão do sobrenatural.
c) "Esse amor", no verso 4,
apresenta uma função sintática diferente de "Os amores por anjos", do
verso 2.
d) O adjunto adverbial do verso 4 aponta
para a soberania do poeta frente à mulher amada.
e) Os sujeitos do verso 3,
respectivamente, "sonhos e louca ternura", confirmam o tom de
lamentação da estrofe.
23. (Unesp 2001)
Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
em TARDE (1919)
LÍNGUA - Caetano Veloso (a Violeta Gervaiseau)
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões.
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões.
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa,
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade.
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixa os portugais morrerem à míngua,
"Minha pátria é minha língua"
- Fala Mangueira!
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode
Esta língua?
em VELÔ (1984)
Segundo o gramático Celso Cunha, vocativo é o termo que serve
"apenas para invocar, chamar ou nomear, com ênfase maior ou menor, uma
pessoa ou coisa personificada". Tendo em mente esta definição do ilustre
filólogo, cite um exemplo de vocativo no texto de Bilac e outro no de Caetano
Veloso.
24. (Unesp 2000) LEITO DE FOLHAS VERDES
Por que tardas, Jatir, que tanto a custo
À voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a viração, movendo as folhas,
Já nos cimos do bosque rumoreja.
E sob a copa da mangueira altiva
Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso tapiz de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Meus olhos outros olhos nunca viram,
Não sentiram meus lábios outros lábios,
Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas
A arazóia na cinta me apertaram.
Do tamarindo a flor jaz entreaberta,
Já solta o bogari mais doce aroma;
Também meu coração, como estas flores,
Melhor perfume ao pé da noite exala!
Não me escutas, Jatir! Nem tardo acodes
À voz do meu amor, que em vão te chama!
Tupã! Lá rompe o sol! Do leito inútil
A brisa da manhã sacuda as folhas!
(DIAS,
Gonçalves. OBRAS POÉTICAS, II, p.17)
APELO
Amanhã faz um mês
que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não
senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi
ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a
imagem de relance no espelho.
Com os dias,
Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos:
a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a
casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de
fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu
ficava só, sem o perdão de sua presença e todas as aflições do dia, como a
última luz na varanda.
E comecei a sentir
falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada - o meu jeito de
querer bem. Acaso é saudade, Senhora? As suas violetas, na janela, não lhes
poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que
fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os
outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
(TREVISAN, Dalton. "II - Os
Mistérios de Curitiba", In OS DESASTRES DO AMOR - Rio de Janeiro,
Civilização Brasileira, 1968)
O imperativo e o vocativo são utilizados no final do texto
"Apelo" e no final de "Leito de Folhas Verdes". Entretanto,
a ação sugerida por esses recursos em cada um dos textos é diferente. Explique
essa diferença.
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Gabarito:
Resposta da questão 1: [A]
O aposto, termo acessório da oração, está sintaticamente relacionado
com outro termo da oração, a fim de explicar, esclarecer, desenvolver,
detalhar, enumerar ou especificar esse outro termo. Em [B], [C] e [E], os
segmentos “milho mirrado, grãos redondos e duros”, “sábia poderosa do
candomblé” e “extraordinário professor-pesquisador da Unicamp” constituem
apostos explicativos. Já em [D], “cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne
com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos” exerce função
de aposto enumerativo. Assim, a única opção que não apresenta essa construção
sintática é [A], já que o segmento “Sabedor das minhas limitações e competências”
exerce função sintática de adjunto adverbial de causa.
Resposta da questão 2: [D]
É correta a opção [D], pois os termos
“Afilhadas do luar”, “mãos de rainha” e “Mãos que sois um perpétuo amanhecer”
funcionam como vocativo, por não possuírem relação sintática com outro termo da
oração e terem como função invocar ou interpelar um ouvinte, no caso, as mãos.
Resposta da questão 3: [D]
Trata-se do vocativo, termo que não
possui relação sintática com outra expressão da oração e é usado para chamar ou
interpelar o interlocutor, real ou imaginário. É correta a opção [D].
Resposta da questão 4: [C]
Dá-se o nome de sinestesia à associação
de natureza psicológica de sensações de caráter distinto. Na frase “ Ah,
Scarlett, mulher sinestesia, seu nome tem o som da cor dos seus lábios:
Scarlett, scarlet, escarlate”, a sonoridade do nome da atriz gera também a
sensação de cor “escarlate”, vermelha,ou seja, estabelece-se uma junção de
planos sensoriais diferentes numa só impressão, como se afirma em [C].
Resposta da questão 5:
O aposto é “filhote de porco-do-mato”,
pois observa-se que o termo está entre vírgulas e apresenta uma explicação para
o termo “cateto”. Exerce, portanto, função de aposto explicativo.
Resposta da questão 6: [B]
Para fazer uma análise sintática, é
preciso identificar o verbo da oração que, no caso, é “morre”. A partir disso,
pode-se identificar que “Steve Jobs” é sujeito da oração, uma vez que exerce a
ação de morrer. Como só há um núcleo no sujeito (“Steve Jobs”), este pode ser
classificado como sujeito simples.
Resposta da questão 7: [D]
Resposta da questão 8:
a) As três expressões são metafóricas. Há entre elas uma relação que
leva o leitor ao campo semântico da imaginação.
b) O aposto "o camponês"
estabelece uma relação antitética com a expressão "meus olhos brilhavam
como estrelas errantes". O avô Vincenzo, caracterizado como camponês,
representa a terra, o chão firme, o que traz a personagem à realidade. Somente
a presença do camponês retira os olhos da personagem do céu, do mundo dos
sonhos.
Resposta da questão 9: [B]
Resposta da questão 10: [D]
Resposta da questão 11: [D]
Resposta da questão 12:
a) Lygia Fagundes Telles, GRANDE ESCRITORA BRASILEIRA, reside em São
Paulo.
b) ADMIRADORA DE RITA LEE, Elis Regina não se conteve e escreveu-lhe uma
carta, começando assim uma grande amizade entre as duas já então famosas
cantoras.
c) O ministro do Trabalho, POLÍTICO FAMOSO PELA SUA MODERAÇÃO, sentou-se
com os patrões e empregados para negociar o fim da greve.
d) Carlos Drummond de Andrade nasceu em ltabira, CIDADE DE MINAS GERAIS,
e morreu no Rio de Janeiro.
e) Os primeiros escritores indianistas do Brasil, isto é, JOSÉ DE
ALENCAR E GONÇALVES DIAS, viam o nosso índio como um herói. Hoje, outros escritores,
COMO ANTÔNIO CALLADO E MÁRCIO SOUZA, mostram-nos o índio destruído lentamente
pelos brancos.
f) Os dois filhos doutores, isto é,
ADVOGADO E BIÓLOGO, orgulham-se da origem simples dos pais.
Resposta da questão 13: [D]
O vocativo utilizado por Mafalda é
“papai”, pois marca com quem a menina está falando, deixando evidente o seu
interlocutor. Nota-se que é separado do resto do período por vírgula, realçando
o seu caráter de chamamento.
Resposta da questão 14: [A]
De acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, o vocativo pode ser
definido como a “forma linguística (usualmente um substantivo) que expressa, no
discurso direto, aquele a quem o emissor se dirige”. Desse modo, é muito comum
nas cartas, e é representado no texto pela personagem “Matilda”, a quem o
narrador/emissor se refere.
Resposta da questão 15: [B]
A vírgula é utilizada para isolar uma
explicação dada acerca do termo que a antecede “o espaço virtual”. Assim, é
utilizada para indicar um aposto explicativo.
Resposta da questão 16:
Vocativo é uma palavra ou expressão que
estabelece um chamado com o interlocutor. No caso do texto, tem-se a palavra
“senhor”, repetida inúmeras vezes como forma de chamar Deus. Um bom exemplo
disso é o trecho: “Posso continuar, Senhor?”, em que fica clara a posição de
vocativo que o termo “senhor” adquire, uma vez que este é usado apenas para
chamar/se dirigir ao interlocutor.
Resposta da questão 17:
Vocativo é um termo utilizado para
fazer um chamado ao interlocutor. No caso do poema, vê-se que o eu lírico
utiliza “companheiro” para chamar seu interlocutor, como em “Cuidado,
companheiro!” e usa também “amigo”, como em “a vida não é brincadeira, amigo”.
Nota-se que nos dois casos os termos não têm nenhum tipo de relação sintática
com o resto da oração, somente uma função de deixar claro quem é o interlocutor.
Resposta da questão 18:
a) Eu acho que vou te buscar / te
b) Construção do sujeito em terceira
pessoa do plural (sujeito indeterminado), sem antecedente claro, apagando um
possível referente textual.
c)
Registro
familiar:
|
Registro
padrão:
|
Exemplos:
Não dá pra falar muito não
Aqui tá
fazendo calor
Vidrou na
minha calça Lee
Pintou uma
chance legal
Um lance na
capital
Tô afim de
encarar um siri
|
Não posso
falar muito
Aqui está
fazendo/faz calor
Interessou-se
pela(-s) minha(-s) calça(-s) Lee
Apareceu
uma boa oportunidade
Uma
possibilidade de emprego/trabalho na capital
Estou com
vontade de comer um siri
|
Resposta da questão 19:
b) Iracema chama Martim de
"guerreiro branco" e, de início, vê o estranho como uma ameaça e
reage de forma agressiva. Sua primeira fala mostra que a índia não conhecia o
colonizador branco: "Donde vieste a estas matas que nunca viram outro
guerreiro como tu?" Martim chama Iracema de "filha da floresta"
e deixa a impressão de já ter tido contato anterior com o nativo, identificando
a índia como pertencente à nação tabajara, que já possuíra a terra ocupada, no
litoral, pelos potiguaras, aliados dos portugueses. Ele é idealizado sob o modelo das virtudes do
guerreiro cristão e do cavaleiro medieval, Martim reprime a reação, inspirado
"na religião de sua mãe, em que a mulher é símbolo de ternura e amor."
Resposta da questão 20: [B]
Resposta da questão 21:
a) Trata-se do vocativo "Meu santo" empregado com repetição
em: "MEU SANTO, minha família foi embora, MEU SANTO"; "MEU
SANTO, me diga, onde é que eles foram, MEU SANTO".
b) O vocábulo "povo" tem o
valor semântico de "família".
Resposta da questão 22: [B]
Resposta da questão 23:
Olavo Bilac:
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
Caetano Veloso:
- Fala Mangueira!
Resposta da questão 24:
No poema o eu lírico pede a Tupã que
apague os vestígios da espera vã. Em "Apelo" pede-se o retorno da
ausente diretamente a ela.
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