terça-feira, 24 de julho de 2018

Aposto e Vocativo - Questões de Vestibular


01.   (Efomm 2017)
A PIPOCA - Rubem Alves

A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de “culinária literária”. Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A festa de Babette, que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo – porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.
As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas.
Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do candomblé...
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo William, extraordinário professor-pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo. Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...
Disponível em http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp. Acessado em 31 de mai. 2016.

Ao longo do texto o autor se vale de diferentes tipos de aposto. Assinale a única opção em que NÃO se encontra essa construção sintática:
a) Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef.    
b) A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa (...)   
c) Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do candomblé (...)   
d) Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.   
e) Meu amigo William, extraordinário professor-pesquisador da Unicamp, especializou-se (...)   

02. (Unesp 2016)  Leia o poema do português Eugênio de Castro (1869-1944) para responder a questão a seguir.

MÃOS

Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,
o vosso gesto é como um balouçar de palma;
o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso gesto canta!
Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,
rolas à volta da negra torre da minh’alma.

Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas,
Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos,
Divinas mãos que me heis coroado de espinhos,
Mas que depois me haveis coroado de rosas!

Afilhadas do luar, mãos de rainha,
Mãos que sois um perpétuo amanhecer,
Alegrai, como dois netinhos, o viver
Da minha alma, velha avó entrevadinha.

                                                                                     (Obras poéticas, 1968.)
Na última estrofe do poema, os termos “Afilhadas do luar”, “mãos de rainha” e “Mãos que sois um perpétuo amanhecer” funcionam, no período de que fazem parte, como
a) orações intercaladas.   
b) apostos.   
c) adjuntos adverbiais.   
d) vocativos.   
e) complementos nominais.   

03. (Ifsp 2013)  No português, encontramos variedades históricas, tais como a representada na cantiga trovadoresca de João Garcia de Guilhade, ilustrada a seguir.

Non chegou, madre, o meu amigo,
e oje est o prazo saido!
Ai, madre, moiro d’amor!

Non chegou, madre, o meu amado,
e oje est o prazo passado!
Ai, madre, moiro d’amor!

E oje est o prazo saido!
Por que mentiu o desmentido?
Ai, madre, moiro d’amor!

E oje, est o prazo passado!
Por que mentiu o perjurado?
Ai, madre, moiro d’amor!  

No verso – Ai, madre, moiro d’amor! – a função sintática do termo madre é a seguinte:
a) sujeito.   
b) objeto direto.   
c) adjunto adnominal.   
d) vocativo.   
e) aposto.   
  
04. (Insper 2012)  Ah, Scarlett, mulher sinestesia, seu nome tem o som da cor dos seus lábios: Scarlett, scarlet, escarlate.
(Álvaro Pereira Júnior, em referência à atriz Scarlett Johansson. Folha de São Paulo, 17/09/2011)

O que melhor explica o aposto “mulher sinestesia” atribuído à atriz é o(a)
a) jogo de palavras com apelo sonoro ao final do período.   
b) enumeração ascendente que intensifica a ideia relacionada à cor vermelha.   
c) junção de planos sensoriais diferentes numa só impressão.   
d) modo exagerado e dramático como o autor se refere à beleza da atriz.   
e) personificação dos lábios da mulher, atribuindo-lhe vida própria.    
  
05. (G1 - cp2 2012)  Uma índia Guajá amamenta um cateto, filhote de porco-do-mato, ato comum nesta tribo do Maranhão. Depois da caça, quando os índios percebem que mataram a fêmea e há filhotes órfãos, estes são levados para a tribo e criados como filhos legítimos. É uma maneira de preservar a fauna.



No primeiro período do texto, há um aposto relativo ao animal encontrado na foto.  Transcreva esse aposto.



06. (G1 - ifal 2012) 
Morre Steve Jobs, fundador da Apple e revolucionário da Tecnologia

À frente da empresa que criou, o executivo foi o responsável pelo lançamento de aparelhos que mudaram o mundo, como o iPad, o iPhone e o Macintosh.
O Estado de S. Paulo

CUPERTINO – Morreu, aos 56 anos, Steve Jobs, cofundador da Apple. Ele havia renunciado à presidência da empresa em agosto, após 14 anos no comando. "Estamos profundamente entristecidos com o anúncio de que Steve Jobs morreu hoje", informou a empresa, em um pequeno comunicado. "O brilho, paixão e energia de Steve são fontes de inúmeras inovações que enriqueceram e melhoraram todas as nossas vidas. O mundo é imensuravelmente melhor por causa de Steve."
(http://economia.estadao.com.br/noticias/. Acessado em 10/10/11.)

No título da notícia: “Morre Steve Jobs, fundador da Apple e revolucionário da Tecnologia”, fazendo-se uma análise sintática desse período, é correto afirmar que:
a) Steve Jobs é objeto direto.   
b) Steve Jobs é sujeito simples.   
c) Steve Jobs é aposto.   
d) Steve Jobs é sujeito composto.   
e) Steve Jobs é objeto indireto.   

07. (Fgv 2007)  Leia o poema a seguir e responda a questão a ele pertinente.

Vê-se no espelho; e vê, pela janela,
A dolorosa angústia vespertina:
Pálido morre o sol... Mas, ai! Termina
Outra tarde mais triste, dentro dela;

Outra queda mais funda lhe revela
O aço feroz, e o horror de outra ruína;
Rouba-lhe a idade, pérfida e assassina,
Mais do que a vida, o orgulho de ser bela!
                                      Olavo Bilac. Poesias. São Paulo: Martin Claret, 2004

Observe os versos a seguir:
Rouba-lhe a idade, pérfida e assassina,
Mais do que a vida, o orgulho de ser bela!

Deles se entende que:
a) "a vida" é sujeito.   
b) "pérfida e assassina" é vocativo.   
c) "a idade" é objeto direto.   
d) "a idade" é sujeito.   
e) "o orgulho de ser bela" é aposto de "vida".   

08. (Unicamp 2006)  Leia o trecho a seguir e responda:
                - Vovô, eu quero ver um cometa!
                Ele me levava até a janela. E me fazia voltar os olhos para o alto, onde o sol reinava sobre a Saracena.
                - Não há nenhum visível no momento. Mas você há de ver um deles, o mais conhecido, que, muito tempo atrás, passou no céu da Itália. Muito tempo atrás... atrás de onde? Atrás de minha memória daquele tempo.
                E vovô Leone continuava:
                - Um dia, você há de estar mocinha, e eu já estarei morando junto das estrelas. E você há de ver a volta do grande cometa, lá pelo ano de 2010...
                Eu me agarrava à cauda daquele tempo que meu avô astrônomo me mostrava com os olhos do futuro e saía de sua casa. Na rua, com a cabeça nas nuvens, meus olhos brilhavam como estrelas errantes. Só baixavam à terra quando chegava à casa de vovô Vincenzo, o camponês.
(lIke Brunhilde Laurito, A menina que fez a América. São Paulo: FTD, 1999, p. 16.)

Releia o seguinte recorte: "Eu me agarrava à cauda daquele tempo que meu avô astrônomo me mostrava com os olhos do futuro e saía de sua casa. Na rua, com a cabeça nas nuvens, meus olhos brilhavam como estrelas errantes. Só baixavam à terra quando chegava à casa de vovô Vincenzo, o camponês".

a)       Explique as relações que as expressões 'cauda daquele tempo', 'olhos do futuro' e 'cabeça nas nuvens' estabelecem entre si.

b)      No mesmo trecho, explique a relação do aposto com o movimento dos olhos do personagem.


09. (Ufrrj 2000)  O HOMEM; AS VIAGENS

O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo.
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua,
humaniza a Lua.
                                       (ANDRADE, Carlos Drummond de. As impurezas do branco. Rio de Janeiro, José Olympio, 1974. p. 20-22.)

Na primeira estrofe, a insignificância do homem no universo é expressa através de um
a) sujeito.   
b) aposto.   
c) predicativo.   
d) objeto direto.   
e) adjunto adverbial de lugar.  

10. (Fei 2009) "Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser. Obra de FINADO. Escrevi-a com a pena da GALHOFA e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse CONÚBIO. Acresce que a gente grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo que a gente FRÍVOLA não achará nele seu romance usual; ei-lo aí fica PRIVADO da estima dos graves e do amor dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião".

Observe o fragmento: "Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, BRÁS CUBAS, se adotei a forma livre de um Sterne ou de um Xavier de Maistre...". Assinale a alternativa que analise corretamente a função sintática do elemento em destaque no contexto em que se insere:
a) complemento nominal   
b) objeto direto   
c) sujeito   
d) aposto   
e) locução adjetiva   
  
11. (Mackenzie 2006)  "Sete anos de pastor Jacó servia
                                          Labão, pai de Raquel, serrana bela."

Assinale a alternativa em que aparece uma função sintática que se repete no texto.
a) objeto direto   
b) complemento nominal   
c) sujeito   
d) aposto   
e) predicativo do sujeito   
  
12. (G1 2006)  Destaque o aposto:
a) Lygia Fagundes Telles, grande escritora brasileira, reside em São Paulo.
b) Admiradora de Rita Lee, Elis Regina não se conteve e escreveu-lhe uma carta, começando assim uma grande amizade entre as duas já então famosas cantoras.
c) O ministro do Trabalho, político famoso pela sua moderação, sentou-se com os patrões e empregados para negociar o fim da greve.
d) Carlos Drummond de Andrade nasceu em ltabira, cidade de Minas Gerais, e morreu no Rio de Janeiro.
e) Os primeiros escritores indianistas do Brasil, isto é, José de Alencar e Gonçalves Dias, viam o nosso índio como um herói. Hoje, outros escritores, como Antônio Callado e Márcio Souza, mostram-nos o índio destruído lentamente pelos brancos.
f) Os dois filhos doutores, isto é, advogado e biólogo, orgulham-se da origem simples dos pais.

13. (G1 - cps 2017)  Leia a tirinha que apresenta o diálogo entre Mafalda e seu pai e responda à questão.


 Na tirinha, Mafalda faz uso de um vocativo. Ela usa esse termo – que atua como uma forma de chamamento de um interlocutor real ou hipotético – como forma de deixar evidente o seu interlocutor.
Tendo isso em vista, assinale a alternativa que contenha o vocativo utilizado por Mafalda.
a) você   
b) se   
c) tão   
d) papai   
e) como   

14. (Uerj 2014)  Os usos da casimira inglesa

Estou lhe escrevendo, Matilda, para lhe transmitir aquilo que a contrariedade (para não falar indignação) me impediu de dizer de viva voz. Note, é a primeira vez que isso acontece nos nossos 35 anos de casados, mas é primeira vez que pode também ser a última. Não é ameaça. É constatação. Estou profundamente magoado com sua atitude e não sei se me recuperarei.
Tudo por causa de sua teimosia. Você insiste, contra todas as minhas ponderações, em dar a seu pai um corte de casimira inglesa como presente de aniversário. Eu já sei o que você vai me dizer: é seu pai, você gosta dele, quer homenageá-lo. Mas, com casimira, Matilda. Com casimira inglesa, Matilda. Que horror, Matilda.
Raciocinemos, Matilda. Casimira inglesa, você sabe o que é isso? A lã dos melhores ovinos, Matilda. A tecnologia de um país que, afinal, deu ao mundo a Revolução Industrial. O trabalho de competentes funcionários. E sobretudo tradição, a qualidade. Esse é o tecido que está em questão, Matilda. A casimira inglesa.
(...)
Estou partindo Matilda. Deixo o meu endereço. Como você vê, estou indo para longe, para uma pequena praia da Bahia. Trópico, Matilda. Lá ninguém usa casimira.
Moacyr Scliar. Contos reunidos. São Paulo: Cia das Letras, 1995.

O conto de Moacyr Scliar adota a forma de uma carta, gênero que tem convenções específicas. Uma das marcas que permitem associar esse texto a uma carta é a presença de:
a) vocativo   
b) narrativa   
c) confissão   
d) argumentação   

15. (G1 - ifba 2014) 
Grande parte dos avanços tecnológicos integra o processo evolutivo da comunicação, conduzindo-nos para uma maior democratização da informação e, consequentemente, do saber. A comunicação virtual introduz um conceito de descentralização da informação e do poder de comunicar. Todo computador, conectado à internet, possui a capacidade de transmitir palavras, imagens, sons. Não se limita apenas aos donos de jornais e emissoras; qualquer pessoa pode construir um site na internet, sobre qualquer assunto e propagá-lo de maneira simples. O espaço cibernético tem se tornado um lugar essencial, um futuro próximo de comunicação completamente distinta da mídia clássica. [...].
É nesse ponto que a internet se sobressai, pois integra e condensa nela todos os recursos de todas as formas de comunicação, como jornal, por exemplo. Além de apresentar todas as funções do jornalismo, que, segundo Beltrão são econômica, social educativa e de entretenimento, ela é um meio de comunicação interativo. Além disso, há a questão da dinamicidade e da interatividade: 1o espaço virtual, diferentemente de um texto de jornal ou revista em papel, está constantemente em movimento.
GALLI, Fernanda. Linguagem da internet: um meio de comunicação global. In: Hipertexto e gêneros digitais.
MARCUSCHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antonio Carlos (Org.). São Paulo: Cortez, 2010, p. 151-2. (adaptado)

Quanto à função da vírgula no trecho a seguir, marque a alternativa correta:

[...] o espaço virtual, diferentemente de um texto de jornal ou revista em papel, está constantemente em movimento (ref. 1).

a) Destacar o vocativo.   
b) Indicar um aposto.   
c) Separar uma oração subordinada adjetiva explicativa.   
d) Separar uma oração coordenada assindética.   
e) Enumerar termos de mesmo valor sintático.   

16. (G1 - cp2 2014)  A música popular entra no paraíso - Carlos Drummond de Andrade

Deus – Quem é este baixinho que vem aí, ao som do violão, de copo cheio na mão?
São Pedro – Senhor, pelos indícios, só pode ser o vosso servo Vinicius, Menestrel da Gávea e dos amores inumeráveis.
Deus – Ele deu alegria ao meu povo?
São Pedro (exultante) – Se deu, Senhor! E para isso não precisava sempre compor canções alegres. Ia até o fundo das canções tristes, mas dava-lhes uma tal doçura e meiguice que as pessoas, ouvindo-as, não sabiam se choravam ou se viam consoladas velhas mágoas. Era um coração se desfazendo em música, Senhor. Deu tanta alegria ao povo, que até a última hora de sua vida (esta não chegou a ser longa, mas se alongou em canção) trabalhou com seu fiel parceiro Toquinho para levar às crianças um tipo musical de felicidade. Morreu, pois, a vosso serviço, Senhor.
Deus (disfarçando a emoção) – Mande entrar, mande entrar logo esse rapaz.
(In: Jornal do Brasil. Crônica de 11 de julho de 1980. Com adaptações.)

Copie do texto o termo empregado como vocativo.


17. (G1 - cp2 2014)  Samba da bênção

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração

Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não

Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração

Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não

Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida
Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!
A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida
Há sempre uma mulher à sua espera
Com os olhos cheios de carinho
E as mãos cheias de perdão
Ponha um pouco de amor na sua vida
Como no seu samba

Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não
Vinícius de Moraes. (http://letras.mus.br/vinicius-de-moraes/86496. Acessado em 10/10/2013)

No poema, quais são os dois vocativos usados pelo eu lírico, para dirigir-se ao leitor?

18. (Uff 2010)  Bye, Bye Brasil

Oi,coração
Não dá pra falar muito não
Espera passar o avião
Assim que o inverno passar
Eu acho que vou te buscar
Aqui tá fazendo calor
Deu pane no ventilador
Já tem fliperama em Macau
Tomei a costeira em Belém do Pará
Puseram uma usina no mar
Talvez fique ruim pra pescar
Meu amor

No Tocantins
O chefe dos parintintins
Vidrou na minha calça Lee
Eu vi uns patins pra você
Eu vi um Brasil na tevê
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo tão só
Oh, tenha dó de mim
Pintou uma chance legal
Um lance na capital
Nem tem que ter ginasial
Meu amor

No Tabariz
O som é que nem os Bee Gees
Dancei com uma dona infeliz
Que tem um tufão nos quadris
Tem um japonês trás de mim
Eu vou dar um pulo em Manaus
Aqui tá quarenta e dois graus
O sol nunca mais vai se pôr
Eu tenho saudades da nossa canção
Saudades de roça e sertão
Bom mesmo é ter um caminhão
Meu amor
Baby, bye bye
Abraços na mãe e no pai
Eu acho que vou desligar
As fichas já vão terminar
Eu vou me mandar de trenó
Pra Rua do Sol , Maceió
Peguei uma doença em Ilhéus
Mas já tô quase bom
Em março vou pro Ceará
Com a bênção do meu orixá
Eu acho bauxita por lá
Meu amor

Bye bye, Brasil
A última ficha caiu
Eu penso em vocês night and day
Explica que tá tudo okay
Eu só ando dentro da lei
Eu quero voltar, podes crer
Eu vi um Brasil na tevê
Peguei uma doença em Belém
Agora já tá tudo bem
Mas a ligação tá no fim
Tem um japonês trás de mim
Aquela aquarela mudou

Na estrada peguei uma cor
Capaz de cair um toró
Estou me sentindo um jiló
Eu tesão é no mar
Assim que o inverno passar
Bateu uma saudade de ti
Tô afim de encarar um siri
Com a bênção de Nosso Senhor
O sol nunca mais vai se pôr.
Roberto Menescal e Chico Buarque

“Oi, coração
Não dá pra falar muito não
Espera passar o avião
Assim que o inverno passar
Eu acho que vou te buscar
Aqui tá fazendo calor
Deu pane no ventilador”

a) Transcreva o pronome que recupera o vocativo presente nos versos acima.

b) Comente o recurso linguístico utilizado pelo compositor, Chico Buarque, ao atribuir um determinado fato a alguém fora do texto, no seguinte verso:
Puseram uma usina no mar (verso 10)

c) A canção Bye Bye Brasil apresenta, em relação à construção linguística, uma série de exemplos de registro familiar. Transcreva dois (2) exemplos e reescreva-os em registro padrão.


19. (Ufscar 2003)  Iracema, de José de Alencar.

Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido.
De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d'alma que da ferida.
(...)
A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada.
O guerreiro falou:
- Quebras comigo a flecha da paz?
- Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? Donde vieste a estas matas, que nunca viram outro guerreiro como tu?
- Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje têm os meus.
- Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das aldeias, e à cabana de Araquém, pai de Iracema.

Em "Iracema", Alencar traz como personagem central uma índia. Os vocativos presentes nas falas de Iracema e do moço desconhecido permitem analisar como cada um deles concebia o outro. Transcreva esses vocativos do texto e explique a imagem que Iracema tinha do desconhecido e a imagem que ele tinha de Iracema.


20. (Uerj 2002)  ACALANTO DO SERINGUEIRO
Seringueiro brasileiro,
Na escureza da floresta
Seringueiro, dorme.
Ponteando o amor eu forcejo
Pra cantar uma cantiga
Que faça você dormir.
Que dificuldade enorme!
Quero cantar e não posso,
Quero sentir e não sinto
A palavra brasileira
Que faça você dormir...
Seringueiro, dorme...
(...)
Mas porém é brasileiro,
Brasileiro que nem eu...
Fomos nós dois que botamos
Pra fora Pedro II...
Somos nós dois que devemos
Até os olhos da cara
Pra esses banqueiros de Londres...
Trabalhar nós trabalhamos
Porém pra comprar as pérolas
Do pescocinho da moça
Do deputado Fulano.
Companheiro, dorme!

Porém nunca nos olhamos
Nem ouvimos e nem nunca
Nos ouviremos jamais...
Não sabemos nada um do outro,
Não nos veremos jamais!
(...)
Seringueiro, dorme!
Num amor-de-amigo enorme
Brasileiro, dorme!
Brasileiro, dorme.
Num amor-de-amigo enorme
Brasileiro, dorme.
                               (ANDRADE, Mário de. Poesias completas. São Paulo: Livraria Martins, 1980.)

O uso do vocativo é uma das marcas, no poema, do desejo de comunicação do eu poético.
O vocativo inicial "Seringueiro brasileiro" é substituído, ao longo do texto, por "seringueiro", "companheiro" e, finalmente, por "brasileiro", enfaticamente repetido ao final.
Esse recurso formal da repetição, no encerramento do texto, é empregado para:
a) construir um desfecho inesperado   
b) reafirmar uma identidade específica   
c) destacar uma característica implícita   
d) assinalar uma contradição crescente   

21. (Unesp 2008)  BYE BYE BRASIL

Mulher Nordestina:
- Meu santo, minha família foi embora, meu santo. Filho, nora, neto..., fiquei só com o meu velho que morreu na semana passada. Agora, quero ver o meu povo. Meu santo, me diga, onde é que eles foram, meu santo?

Lord Cigano:
- E eu sei lá? Como é que eu vô saber? Quer dizer... eu sei... eu... Eu tô vendo. Eu estou vendo a sua família, eles estão a muitas léguas daqui.

Mulher Nordestina:
- Vivos?

Lord Cigano:
- É, vivos, se acostumando ao lugar novo.

Mulher Nordestina:
- A gente se acostuma com tudo... Onde é que eles estão agora, meu santo?

Lord Cigano:
- Ah, pera aí, deixa eu ver! Eu tô vendo: eles estão num vale muito verde onde chove muito, as árvores são muito compridas e os rios são grandes feito o mar. Tem tanta riqueza lá, Que.. ninguém precisa trabalhar. Os velhos não morrem nunca e os jovens não perdem sua força. É uma terra tão verde... Altamira!
(In: filme BYE BYE BRASIL (1979). Produzido por Lucy Barreto. Escrito e dirigido por Carlos Diegues.)

A primeira fala da Mulher Nordestina, em "Bye Bye Brasil", caracteriza-se pelas interpelações em primeira pessoa, repetições de palavras e a retomada insistente dos mesmos conteúdos. Releia com atenção o referido discurso direto e, em seguida,

a)       indique uma frase em que ocorre repetição do elemento vocativo;

b)      explique o valor semântico que o vocábulo "povo" representa na elocução emotiva da personagem.

22. (Mackenzie 2006)  "É loucura, meu anjo, é loucura
Os amores por anjos... bem sei!
Foram sonhos, foi louca ternura
Esse amor que a teus pés derramei!"

Assinale a alternativa correta sobre a estrofe acima.
a) Nas pessoas de todos os verbos e pronomes, expressa-se o objetivismo do poema.   
b) O vocativo e o complemento nominal colocam a mulher amada na dimensão do sobrenatural.   
c) "Esse amor", no verso 4, apresenta uma função sintática diferente de "Os amores por anjos", do verso 2.   
d) O adjunto adverbial do verso 4 aponta para a soberania do poeta frente à mulher amada.   
e) Os sujeitos do verso 3, respectivamente, "sonhos e louca ternura", confirmam o tom de lamentação da estrofe.   

23. (Unesp 2001) 
Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
                em TARDE (1919)


LÍNGUA - Caetano Veloso (a Violeta Gervaiseau)

Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões.
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões.
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa,
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade.
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixa os portugais morrerem à míngua,
"Minha pátria é minha língua"
- Fala Mangueira!
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode
Esta língua?
                em VELÔ (1984)

Segundo o gramático Celso Cunha, vocativo é o termo que serve "apenas para invocar, chamar ou nomear, com ênfase maior ou menor, uma pessoa ou coisa personificada". Tendo em mente esta definição do ilustre filólogo, cite um exemplo de vocativo no texto de Bilac e outro no de Caetano Veloso.


24. (Unesp 2000)  LEITO DE FOLHAS VERDES

Por que tardas, Jatir, que tanto a custo
À voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a viração, movendo as folhas,
Já nos cimos do bosque rumoreja.

E sob a copa da mangueira altiva
Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso tapiz de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.

Meus olhos outros olhos nunca viram,
Não sentiram meus lábios outros lábios,
Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas
A arazóia na cinta me apertaram.

Do tamarindo a flor jaz entreaberta,
Já solta o bogari mais doce aroma;
Também meu coração, como estas flores,
Melhor perfume ao pé da noite exala!

Não me escutas, Jatir! Nem tardo acodes
À voz do meu amor, que em vão te chama!
Tupã! Lá rompe o sol! Do leito inútil
A brisa da manhã sacuda as folhas!
                                             (DIAS, Gonçalves. OBRAS POÉTICAS, II, p.17)

APELO
                Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
                Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença e todas as aflições do dia, como a última luz na varanda.
                E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada - o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
(TREVISAN, Dalton. "II - Os Mistérios de Curitiba", In OS DESASTRES DO AMOR - Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1968)

O imperativo e o vocativo são utilizados no final do texto "Apelo" e no final de "Leito de Folhas Verdes". Entretanto, a ação sugerida por esses recursos em cada um dos textos é diferente. Explique essa diferença.


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 Gabarito:  

Resposta da questão 1: [A]
aposto, termo acessório da oração, está sintaticamente relacionado com outro termo da oração, a fim de explicar, esclarecer, desenvolver, detalhar, enumerar ou especificar esse outro termo. Em [B], [C] e [E], os segmentos “milho mirrado, grãos redondos e duros”, “sábia poderosa do candomblé” e “extraordinário professor-pesquisador da Unicamp” constituem apostos explicativos. Já em [D], “cebolas, ora-pro-nóbis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos” exerce função de aposto enumerativo. Assim, a única opção que não apresenta essa construção sintática é [A], já que o segmento “Sabedor das minhas limitações e competências” exerce função sintática de adjunto adverbial de causa.  

Resposta da questão 2: [D]
É correta a opção [D], pois os termos “Afilhadas do luar”, “mãos de rainha” e “Mãos que sois um perpétuo amanhecer” funcionam como vocativo, por não possuírem relação sintática com outro termo da oração e terem como função invocar ou interpelar um ouvinte, no caso, as mãos.  

Resposta da questão 3: [D]
Trata-se do vocativo, termo que não possui relação sintática com outra expressão da oração e é usado para chamar ou interpelar o interlocutor, real ou imaginário. É correta a opção [D].  

Resposta da questão 4: [C]
Dá-se o nome de sinestesia à associação de natureza psicológica de sensações de caráter distinto. Na frase “ Ah, Scarlett, mulher sinestesia, seu nome tem o som da cor dos seus lábios: Scarlett, scarlet, escarlate”, a sonoridade do nome da atriz gera também a sensação de cor “escarlate”, vermelha,ou seja, estabelece-se uma junção de planos sensoriais diferentes numa só impressão, como se afirma em [C].  

Resposta da questão 5:
 O aposto é “filhote de porco-do-mato”, pois observa-se que o termo está entre vírgulas e apresenta uma explicação para o termo “cateto”. Exerce, portanto, função de aposto explicativo.  

Resposta da questão 6: [B]
Para fazer uma análise sintática, é preciso identificar o verbo da oração que, no caso, é “morre”. A partir disso, pode-se identificar que “Steve Jobs” é sujeito da oração, uma vez que exerce a ação de morrer. Como só há um núcleo no sujeito (“Steve Jobs”), este pode ser classificado como sujeito simples.  

Resposta da questão 7: [D]  

Resposta da questão 8:
a) As três expressões são metafóricas. Há entre elas uma relação que leva o leitor ao campo semântico da imaginação.
b) O aposto "o camponês" estabelece uma relação antitética com a expressão "meus olhos brilhavam como estrelas errantes". O avô Vincenzo, caracterizado como camponês, representa a terra, o chão firme, o que traz a personagem à realidade. Somente a presença do camponês retira os olhos da personagem do céu, do mundo dos sonhos.  

Resposta da questão 9: [B]  

Resposta da questão 10: [D]  

Resposta da questão 11: [D]  

Resposta da questão 12:

a) Lygia Fagundes Telles, GRANDE ESCRITORA BRASILEIRA, reside em São Paulo.

b) ADMIRADORA DE RITA LEE, Elis Regina não se conteve e escreveu-lhe uma carta, começando assim uma grande amizade entre as duas já então famosas cantoras.

c) O ministro do Trabalho, POLÍTICO FAMOSO PELA SUA MODERAÇÃO, sentou-se com os patrões e empregados para negociar o fim da greve.

d) Carlos Drummond de Andrade nasceu em ltabira, CIDADE DE MINAS GERAIS, e morreu no Rio de Janeiro.

e) Os primeiros escritores indianistas do Brasil, isto é, JOSÉ DE ALENCAR E GONÇALVES DIAS, viam o nosso índio como um herói. Hoje, outros escritores, COMO ANTÔNIO CALLADO E MÁRCIO SOUZA, mostram-nos o índio destruído lentamente pelos brancos.

f) Os dois filhos doutores, isto é, ADVOGADO E BIÓLOGO, orgulham-se da origem simples dos pais.  

Resposta da questão 13: [D]
O vocativo utilizado por Mafalda é “papai”, pois marca com quem a menina está falando, deixando evidente o seu interlocutor. Nota-se que é separado do resto do período por vírgula, realçando o seu caráter de chamamento.  

Resposta da questão 14: [A]
De acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, o vocativo pode ser definido como a “forma linguística (usualmente um substantivo) que expressa, no discurso direto, aquele a quem o emissor se dirige”. Desse modo, é muito comum nas cartas, e é representado no texto pela personagem “Matilda”, a quem o narrador/emissor se refere.  

Resposta da questão 15: [B]
A vírgula é utilizada para isolar uma explicação dada acerca do termo que a antecede “o espaço virtual”. Assim, é utilizada para indicar um aposto explicativo.  

Resposta da questão 16:
Vocativo é uma palavra ou expressão que estabelece um chamado com o interlocutor. No caso do texto, tem-se a palavra “senhor”, repetida inúmeras vezes como forma de chamar Deus. Um bom exemplo disso é o trecho: “Posso continuar, Senhor?”, em que fica clara a posição de vocativo que o termo “senhor” adquire, uma vez que este é usado apenas para chamar/se dirigir ao interlocutor.  

Resposta da questão 17:
Vocativo é um termo utilizado para fazer um chamado ao interlocutor. No caso do poema, vê-se que o eu lírico utiliza “companheiro” para chamar seu interlocutor, como em “Cuidado, companheiro!” e usa também “amigo”, como em “a vida não é brincadeira, amigo”. Nota-se que nos dois casos os termos não têm nenhum tipo de relação sintática com o resto da oração, somente uma função de deixar claro quem é o interlocutor.  

Resposta da questão 18:
a) Eu acho que vou te buscar / te

b) Construção do sujeito em terceira pessoa do plural (sujeito indeterminado), sem antecedente claro, apagando um possível referente textual.
c)
Registro familiar:
Registro padrão:
Exemplos: Não dá pra falar muito não
Aqui tá fazendo calor
Vidrou na minha calça Lee
Pintou uma chance legal
Um lance na capital
Tô afim de encarar um siri
Não posso falar muito
Aqui está fazendo/faz calor
Interessou-se pela(-s) minha(-s) calça(-s) Lee
Apareceu uma boa oportunidade
Uma possibilidade de emprego/trabalho na capital
Estou com vontade de comer um siri

Resposta da questão 19:
b) Iracema chama Martim de "guerreiro branco" e, de início, vê o estranho como uma ameaça e reage de forma agressiva. Sua primeira fala mostra que a índia não conhecia o colonizador branco: "Donde vieste a estas matas que nunca viram outro guerreiro como tu?" Martim chama Iracema de "filha da floresta" e deixa a impressão de já ter tido contato anterior com o nativo, identificando a índia como pertencente à nação tabajara, que já possuíra a terra ocupada, no litoral, pelos potiguaras, aliados dos portugueses. Ele é  idealizado sob o modelo das virtudes do guerreiro cristão e do cavaleiro medieval, Martim reprime a reação, inspirado "na religião de sua mãe, em que a mulher é símbolo de ternura e amor."  

Resposta da questão 20: [B]  

Resposta da questão 21:
a) Trata-se do vocativo "Meu santo" empregado com repetição em: "MEU SANTO, minha família foi embora, MEU SANTO"; "MEU SANTO, me diga, onde é que eles foram, MEU SANTO".

b) O vocábulo "povo" tem o valor semântico de "família".  

Resposta da questão 22: [B]  

Resposta da questão 23:
Olavo Bilac:
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"

Caetano Veloso:
- Fala Mangueira!  

Resposta da questão 24:
No poema o eu lírico pede a Tupã que apague os vestígios da espera vã. Em "Apelo" pede-se o retorno da ausente diretamente a ela.  


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