01. (Uerj 2012 - Adaptada)
Durante mais de trinta anos, o bondezinho das dez e
quinze, que descia do Silvestre, parava como burro ensinado em frente à casinha
de José Maria, e ali encontrava, almoçado e pontual, o velho funcionário.
Um dia, porém, José Maria faltou. O motorneiro
batia a sirene. Os passageiros se impacientavam. Floripes correu aflita a
avisar o patrão. Achou-o de pijama, estirado na poltrona, querendo rir.
Floripes serviu-lhe o jantar, deixou tudo arrumado,
e retirou-se para dormir no barraco da filha.
ANÍBAL MACHADO. A morte da porta-estandarte e
Tati, a garota e outras histórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1976.
No trecho transcrito a seguir há quatro orações, cujos limites estão
assinalados por uma barra:
Floripes serviu-lhe o jantar, / deixou tudo arrumado, / e retirou-se /
para dormir no barraco da filha.
Reescreva esse trecho, passando a primeira oração para a voz passiva.
02. (Uerj 2017)
O DISCURSO
Natividade é que não teve distrações de
espécie alguma. Toda ela estava nos filhos, e agora especialmente na carta e no
discurso. Começou por não dar resposta às efusões políticas de Paulo; foi um
dos conselhos do conselheiro. Quando o filho tornou pelas férias tinha
esquecido a carta que escrevera.
O discurso é que ele não esqueceu, mas
quem é que esquece os discursos que faz? Se são bons, a memória os grava em
bronze; se ruins, deixam tal ou qual amargor que dura muito. O melhor dos
remédios, no segundo caso, é supô-los excelentes, e, se a razão não aceita esta
imaginação, consultar pessoas que a aceitem, e crer nelas. A opinião é um velho
óleo incorruptível.
Paulo tinha talento. O discurso naquele
dia podia pecar aqui ou ali por alguma ênfase, e uma ou outra ideia vulgar e
exausta. Tinha talento Paulo. Em suma, o discurso era bom. Santos achou-o
excelente, leu-o aos amigos e resolveu transcrevê-lo nos jornais. 1Natividade
não se opôs, mas entendia que algumas palavras deviam ser cortadas.
– Cortadas, por quê? perguntou Santos,
e ficou esperando a resposta.
MACHADO DE ASSIS . Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997.
Natividade não se opôs, mas entendia que algumas palavras deviam ser
cortadas. (ref. 1)
A voz verbal na oração sublinhada põe em destaque a
sugestão de Natividade em relação ao discurso do filho. Identifique essa voz
verbal e justifique seu emprego no texto, a partir da afirmativa acima.
03. (Pucrj 2007)
Na Idade Média, no
início dos tempos modernos, e por muito tempo ainda nas classes populares, as
crianças misturavam-se com os adultos assim que eram consideradas capazes de
dispensar a ajuda das mães ou das amas, poucos anos depois de um desmame - ou
seja, aproximadamente, aos sete anos de idade. A partir desse momento,
ingressavam imediatamente na grande comunidade dos homens, participando com
seus amigos jovens ou velhos dos trabalhos e dos jogos de todos os dias. O
movimento da vida coletiva arrastava numa mesma torrente as idades e as
condições sociais, sem deixar a ninguém o tempo da solidão e da intimidade.
Nessas existências densas e coletivas, não havia lugar para um setor privado. A
família cumpria uma função - assegurava a transmissão da vida, dos bens e dos
nomes - mas não penetrava muito longe na sensibilidade.
As famílias e as
classes reuniam indivíduos que se aproximavam por sua semelhança moral e pela
identidade de seu gênero de vida. O antigo corpo social único, ao contrário,
englobava a maior variedade possível de idades e condições.
Aries, Philippe. Historia Social da
Criança e da Família. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1981. pp. 194-6.
a) - Observe:
1) "Mas a partir do século XVIII, as famílias burguesas não
aceitaram mais essa mistura (...)" - voz ativa
2) Mas a partir do século XVIII, essa mistura não foi mais aceita pelas
famílias burguesas ... - voz passiva analítica
Realize a transposição da frase a seguir para a voz passiva analítica, processando
modificações, se necessárias:
"O antigo corpo social único, ao contrário, englobava a maior
variedade possível de idades e condições."
04. (Epcar (Afa) 2018)
REDES SOCIAIS E COLABORAÇÃO EXTREMA: O
FIM DO SENSO CRÍTICO?
Conectados. Essa palavra nunca fez
tanto sentido quanto agora. Quando se discutia no passado sobre como os homens
agiriam com o advento da aldeia global (...) não se imaginava o quanto esse
processo seria rápido e devastador.
Quando começaram a se popularizar as
redes sociais, 1um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos.
Uma ferramenta colaborativa extrema, que possibilitaria o contato imediato com
outras pessoas através de suas afinidades, fossem elas políticas, religiosas ou
mesmo geográficas. Projetos colaborativos, revoluções instantâneas... Tudo
seria maior e melhor quando as pessoas se alinhassem na órbita de seus ideais. 2O
tempo passou, e essa revolução não se instaurou.
Basta observar as figuras que surgem
nos sites de humor e outros assemelhados. 3Ou se aceita a situação,
ou revolta-se. Sem chance para o debate ou questionamento.
A situação é ainda mais grave quando um
dos poucos entes criativos restantes na internet produz algum comentário curto,
espirituoso ou reflexivo, a respeito de alguma situação atual ou recente... Em minutos
pipocam cópias da frase por todo lugar. 4Copia-se sem o menor bom
senso, sem créditos. Pensar e refletir, e depois falar, são coisas do passado.
O importante agora é copiar e colar, e depois partilhar. O advento das redes
sociais trouxe para perto das pessoas comuns os amigos distantes, os ídolos e
as ideias consumistas mais arraigados, mas aparentemente está levando para
longe algo muito mais humano e essencial na vida em sociedade: o senso crítico.
Será uma troca justa?
Eugênio Mira http://obviousmag.org/
O vocábulo se exerce, na língua portuguesa,
várias funções. Observe seu uso nos excertos a seguir.
I. “Copia-se sem o menor bom senso...” (ref. 4)
II. “...um admirável mundo novo abriu-se ante nossos olhos.” (ref. 1)
III. “Ou se aceita a situação ou revolta-se.” (ref. 3)
IV. “O tempo passou, e essa revolução não se instaurou”. (ref. 2)
Assinale a análise correta.
a) Em I, o “se” é uma partícula expletiva
ou de realce.
b) Em II, o “se” é uma partícula
integrante do verbo.
c) Em III, o “se” foi utilizado para
flexionar o verbo na voz passiva sintética em ambas as ocorrências.
d) Em IV, o “se” classifica-se como
pronome apassivador.
05.
(Unifesp 2018)
Qualquer discussão sobre o tempo deve começar com uma
análise de sua estrutura, que, por falta de melhor expressão, devemos chamar de
“temporal”. É comum dividirmos o tempo em passado, presente e futuro. O passado
é o que vem antes do presente e o futuro é o que vem depois. Já o presente é o
“agora”, o instante atual.
As descobertas de Einstein mudaram profundamente nossa
concepção do tempo. Em sua teoria da relatividade geral, ele mostrou que a
presença de massa (ou de energia) também influencia a passagem do tempo, embora
esse efeito seja irrelevante em nosso dia a dia. O tempo relativístico adquire
uma plasticidade definida pela realidade física à sua volta. A coisa se
complica quando usamos a relatividade geral para descrever a origem do
Universo.
(Folha de S.Paulo, 07.06.1998.)
“Em sua teoria da relatividade geral, ele mostrou que a presença de
massa (ou de energia) também influencia a passagem do tempo, embora esse
efeito seja irrelevante em nosso dia a dia.” (2º parágrafo)
Ao se converter o trecho destacado para a voz passiva, o verbo
“influencia” assume a seguinte forma:
a) é influenciada.
b) foi influenciada.
c) era influenciada.
d) seria influenciada.
e) será influenciada.
A mídia realmente tem o poder de
manipular as pessoas?
À
primeira vista, a resposta para a pergunta que intitula este artigo parece
simples e óbvia: sim, a mídia é um poderoso instrumento de manipulação. A ideia
de que o frágil cidadão comum é impotente frente aos gigantescos e poderosos
conglomerados da comunicação é bastante atrativa intelectualmente. 1Assim,
fomentou-se a concepção de que a mídia seria capaz de manipular
incondicionalmente uma audiência submissa, passiva e acrítica.
Todavia,
como bons cidadãos céticos, devemos duvidar (ou ao menos manter certa ressalva)
de proposições imediatistas e aparentemente fáceis. As relações entre mídia e
público são demasiadamente complexas, vão muito além de uma simples análise
behaviorista de estímulo/resposta. 2As mensagens transmitidas pelos
grandes veículos de comunicação não são recebidas automaticamente e da mesma
maneira por todos os indivíduos.
[...]
A mídia é apenas um, entre vários quadros ou grupos de referência, aos quais um
indivíduo recorre como argumento para formular suas opiniões. 3“Os
vários tipos de receptor situam-se numa 4complexa rede de
referências em que a comunicação interpessoal e a midiática se completam e
modificam”, afirmou a cientista social Alessandra Aldé em seu livro A
construção da política: democracia, cidadania e meios de comunicação de massa.
5“A síntese e as conclusões que um telespectador vai realizar depois de
assistir a um telejornal não podem ser antecipadas por ninguém; nem por quem
produziu o telejornal, nem por quem assistiu ao mesmo tempo que aquele telespectador”,
inferiu Carlos Eduardo.
Francisco
Fernandes Ladeira. Adaptado de:
http://observatoriodaimprensa.com.br/
06. (Ita 2017) Assinale a opção em que o verbo
destacado está na voz passiva pronominal.
a) Assim, fomentou-se a concepção
de que a mídia seria capaz de manipular incondicionalmente uma audiência
submissa, passiva e acrítica. (ref. 1)
b) As mensagens transmitidas pelos grandes
veículos de comunicação não são recebidas automaticamente e da mesma
maneira por todos os indivíduos. (ref. 2)
c) “Os vários tipos de receptor situam-se
numa complexa rede de referências [...]” (ref. 3)
d) “[...]complexa rede de referências em
que a comunicação interpessoal e a midiática se completam e modificam”
[...] (ref. 4)
e) "A síntese e as conclusões que um
telespectador vai realizar depois de assistir a um telejornal não podem ser
antecipadas por ninguém; [...]" (ref. 5)
07.
(Fatec 2015)
Felicidade Clandestina - Clarice Lispector
(...) Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia
seguinte e que ela o emprestaria.
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente
correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou
entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a
outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo.
E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Eu ia
diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer.
(...) Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada,
e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não,
não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Eu vivia no ar... Havia
orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
(http://tinyurl.com/veele-contos Acesso
em: 27.08.14. Adaptado)
Observe o trecho do texto: “e assim recebi o livro na
mão(...)”
Ao passar a oração sublinhada nesse trecho para a voz passiva analítica,
teremos:
a) O livro era recebido por mim.
b) O livro é recebido por mim.
c) O livro será recebido por mim.
d) O livro foi recebido por mim.
e) O livro seria recebido por mim.
08.
(G1 - cp2 2014)
MÚSICA E POESIA
A relação entre música e poesia vem
desde a antiguidade. Na cultura da Grécia Antiga, por exemplo, poesia e música
eram praticamente inseparáveis: a poesia era feita para ser cantada.
A partir de então, configuraram-se
muitos momentos em que a música e a poesia se uniram. Segundo Antônio Medina
Rodrigues, “a grande poesia medieval quase que foi exclusivamente concebida
para o canto. 1O Barroco, séculos além, fez os primeiros ensaios
operísticos, que iriam recolocar o teatro no coração da música. Depois Mozart,
com a Flauta mágica ou D. Giovanni, levaria, como sabemos, esta
fusão ao sublime”.
Luciano Cavalcanti. Disponível em
e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/
“O Barroco (...) fez os primeiros ensaios
operísticos (...)” (referência 1)
Reescreva o trecho acima transformando-o em voz
passiva. Faça apenas as modificações necessárias.
09. (Fuvest 2018)
No Brasil colonial, o indissolúvel vínculo do
matrimônio, tal como ele era concebido pela Igreja Católica, nem sempre
terminava com a morte natural de um dos cônjuges. A crise do casamento assumia
várias formas: a clausura das mulheres, enquanto os maridos continuavam suas
vidas; a separação ou a anulação do matrimônio decretadas pela Igreja; a
transgressão pela bigamia ou mesmo pelo assassínio do cônjuge.
Maria Beatriz Nizza da Silva, História da Família no Brasil
Colonial. Adaptado.
a) No texto, que ideia é sintetizada pela palavra “crise”?
b) Reescreva a oração “tal como ele era concebido pela Igreja Católica”,
empregando a voz ativa e fazendo as adaptações necessárias.
10.
(Unesp 2017)
De dia, ande na rua com cuidado, olhos
bem abertos. Evite falar com estranhos. À noite, não saia para caminhar, principalmente
se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando estacionar, tranque bem as
portas do carro [...]. De madrugada, não pare em sinal vermelho. Se for
assaltado, não reaja – entregue tudo.
As noções de segurança e de vida
comunitária foram substituídas pelo sentimento de insegurança e pelo isolamento
que o medo impõe. O outro deixa de ser visto como parceiro ou parceira em
potencial; o desconhecido é encarado como ameaça. O sentimento de insegurança transforma
e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares de encontro, troca,
comunidade, participação coletiva, as moradias e os espaços públicos
transformam-se em palco do horror, do pânico e do medo.
(Violência urbana, 2003.)
O trecho “As noções de segurança e de vida
comunitária foram substituídas pelo sentimento de insegurança e pelo isolamento
que o medo impõe.” (2º parágrafo) foi construído na voz passiva. Ao se adaptar
tal trecho para a voz ativa, a locução verbal “foram substituídas” assume a
seguinte forma:
a) substitui.
b) substituíram.
c) substituiriam.
d) substituiu.
e) substituem.
11.
(Ufrgs 2017)
Estamos interessados em responder esta pergunta:
afinal de contas, o que faz o brasil, BRASIL? Note-se que se trata de uma pergunta
relacional que, tal como faz a própria sociedade brasileira, quer juntar e não dividir.
Queremos, isto sim, descobrir como é que eles se ligam entre si; como é que
cada um depende do outro; e 1como os dois formam uma realidade única
que existe concretamente naquilo que chamamos de “pátria”. 2Trata-se,
sempre, da questão de identidade.
Como se constrói uma identidade social?
Como um povo se transforma em Brasil? 3A pergunta, na sua discreta singeleza,
permite descobrir algo muito importante. É que, no meio de uma multidão de
experiências dadas a todos os homens e sociedades, algumas necessárias à
própria sobrevivência – como comer, dormir, morrer, reproduzir-se etc. – outras
acidentais ou históricas –, 4o Brasil ter sido descoberto por
portugueses e não por chineses, a geografia do Brasil ter certas características,
falarmos português e não francês, a família real ter se transferido para o Brasil
no início do século XIX etc.
Nessa perspectiva, a chave para
entender a sociedade brasileira é umchave dupla. Como algo que tem dois lados. E
mais: como uma realidade que nos tem iludido, precisamente porque 5nunca
lhe propusemos esta questão relacional e reveladora: afinal de contas, como se
ligam as duas faces de uma mesma moeda? O que faz o brasil, Brasil?
Adaptado de: DAMATTA, R. O que faz o
brasil, Brasil? A questão da identidade. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 9-17.
Assinale a alternativa que apresenta a correta
passagem de segmento do texto da voz ativa para a voz passiva.
a) como os dois formam uma realidade única (ref. 1) – como uma realidade única é formada pelos dois.
b) Trata-se, sempre, da questão de identidade (ref. 2) – é tratado, sempre, da questão de identidade.
c) A pergunta, na sua discreta singeleza, permite descobrir algo muito
importante (ref. 3) – algo muito importante é perguntado, na
sua discreta singeleza.
d) o Brasil ter sido descoberto por portugueses e não por chineses (ref. 4) – portugueses, e não chineses, terem descoberto o Brasil.
e) nunca lhe propusemos esta questão relacional e reveladora (ref. 5) – esta questão relacional e reveladora nunca lhe foi proposta.
12. (Ufrgs 2014)
O que havia de tão revolucionário na Revolução
Francesa? Soberania popular, liberdade civil, igualdade perante a lei – 1as
palavras hoje são ditas com tanta facilidade que somos incapazes de imaginar
seu caráter explosivo em 1789. Para os franceses do Antigo Regime, os homens
eram desiguais, e a desigualdade era uma boa coisa, adequada à ordem
hierárquica que 2fora posta na natureza pela própria obra de Deus. A
liberdade significava privilégio – isto é, literalmente, “lei privada”, uma
prerrogativa especial para fazer algo negado a outras pessoas. O rei, como
fonte de toda a lei, distribuía privilégios, 3pois havia sido ungido
como o agente de Deus na terra.
Seria ótimo se pudéssemos associar a Revolução
exclusivamente à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, mas ela nasceu
na violência e imprimiu seus princípios em um mundo violento. Os conquistadores
da Bastilha não se limitaram a destruir um símbolo do despotismo real. 4Entre
eles, 150 foram mortos ou feridos no assalto à prisão e, quando os
sobreviventes apanharam o diretor, cortaram sua cabeça e desfilaram-na por Paris
na ponta de uma lança.
Os revolucionários franceses não eram nossos
contemporâneos. Esses princípios ainda permanecem como uma denúncia da tirania
e da injustiça. 5Afinal, em que estava empenhada a Revolução
Francesa? Liberdade, igualdade, fraternidade.
DARNTON, Robert. O beijo
de Lamourette. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. p. 30-39.
Assinale a alternativa que contém a correta passagem de um segmento que
ocorre em voz passiva no texto para a voz ativa.
a) dizemos as
palavras hoje com tanta facilidade... (ref. 1)
b) que a própria
obra de Deus pusera na natureza. (ref. 2)
c) pois o agente
de Deus na terra o ungira. (ref. 3)
d) Entre eles,
150 feriram-se ou mataram-se no assalto à prisão...
(ref. 4)
e) Afinal, em
que se empenhou a Revolução Francesa? (ref. 5)
13.
(Fgv 2006)
A China detonou uma bomba e pouca gente percebeu o estrago que ela
causou. Assim que abriu as portas para as multinacionais oferecendo mão de obra
e custos muito baratos, o país enfraqueceu as relações de trabalho no mundo. Em
uma recente análise, a revista inglesa The
Economist mostra que a entrada da China, da Índia e da ex-União Soviética
na economia mundial dobrou a força de trabalho. Com isso, o poder de barganha
de sindicatos do mundo inteiro teria se esfacelado. Provavelmente por isso, diz
a revista, salários e benefícios tenham crescido apenas 11% desde 2001 nas
empresas privadas dos Estados Unidos, ante 17% nos cinco anos anteriores.
(Você s/a,
setembro de 2005)
Considere o seguinte trecho do texto:
Em uma recente análise, a revista inglesa "The Economist"
mostra que a entrada da China, da Índia e da ex-União Soviética na economia
mundial dobrou a força de trabalho.
Redija duas novas versões desse trecho, adotando a voz passiva,
a) com agente da passiva expresso em todo o trecho;
b) empregando pronome apassivador, somente na passagem - Em uma recente
análise, a revista inglesa "The Economist" mostra.
.......................................................................................
Gabarito:
Resposta da questão 1:
Ao passar a oração principal para a voz
passiva, o trecho apresentaria a seguinte configuração: o jantar foi-lhe servido por Floripes
Resposta da questão 2:
Voz passiva.
A preocupação de Natividade eram as
palavras a serem cortadas e não quem as cortaria.
Resposta da questão 3:
Ao contrário, a maior variedade possível de idades e condições era
englobada pelo antigo corpo social único.
Resposta da questão 4: [D]
Em [I], o “se” é índice de
indeterminação do sujeito; em [II], é pronome apassivador; em [III], na
primeira ocorrência, o “se” foi utilizado para flexionar o verbo na voz passiva
sintética, já na segunda ocorrência, é pronome reflexivo.
Resposta da questão 5: [A]
Considerando que o verbo “influencia”
está no presente do indicativo, ao passá-lo para a voz passiva, devemos manter
o tempo presente por meio do verbo auxiliar. Assim, temos: “é influenciada”.
Resposta da questão 6: [A]
A voz passiva pronominal, ou sintética,
apresenta pronome apassivador (“se”) com verbo transitivo direto (ou verbo
transitivo direto e indireto) e sujeito paciente, o que só corre na frase da
opção [A] em que “fomentou” é VTD e “a concepção”, sujeito paciente. Em [B] e
[E], as frases estão na voz passiva analítica, em [C], na voz ativa com verbo
pronominal e em [D], na voz reflexiva recíproca.
Resposta da questão 7: [D]
Considerando que o trecho encontra-se
no pretérito perfeito, a voz passiva analítica deve apresentar a forma do verbo
ser nesse mesmo tempo verbal. Tem-se, portanto, “O livro foi recebido por mim”.
Resposta da questão 8:
É possível
reescrever o trecho tanto na voz passiva analítica, isto é, verbo ser conjugado
no tempo apropriado + particípio do verbo principal e, nesse caso, teríamos “Os
primeiros ensaios operísticos foram feitos pelo Barroco”.
Também é
possível utilizar a partícula apassivadora “se” seguida do verbo na terceira
pessoa, construindo uma oração na voz passiva sintética e omitindo o agente da
passiva. Nesse caso, teríamos “Fizeram-se os primeiros ensaios operísticos”.
Resposta da questão 9:
a) O termo “crise” refere-se a conflitos
matrimoniais que obrigavam à separação do casal, contrariando assim os
preceitos da Igreja Católica que considerava o casamento como um vínculo
indissolúvel.
b) Na voz ativa, a oração apresentaria
a seguinte configuração: tal como a
Igreja Católica o concebia.
Resposta da questão 10: [B]
Apenas a alternativa [B] está correta.
Na adaptação para a voz ativa, a forma “substituíram” mantém o tempo verbal
(pretérito perfeito do indicativo) e a concordância com o sujeito composto.
Dessa maneira, na voz ativa, o trecho fica assim: “O sentimento de insegurança
e o isolamento que o medo impõe substituíram as noções de segurança e de vida
comunitária”.
Resposta da questão 11: [A]
[A] Correto. A alteração de voz verbal está correta, respeitando a
manutenção de tempo e modo verbais, assim como a concordância.
[B] Incorreto. O verbo “tratar-se” é transitivo indireto, portanto não é
possível a alteração de voz ativa para passiva analítica.
[C] Incorreto. A correspondência não se dá, uma vez que o sujeito ativo
foi transformado em verbo. O correto seria: “Algo muito importante permite ser
descoberto pela pergunta, na sua discreta singeleza”.
[D] Incorreto. A oração já está conjugada na voz passiva analítica.
[E] Incorreto. A transposição está
correta, porém o sujeito ativo (“nós”) não foi apresentado como agente da
passiva (“por nós”).
Resposta da questão 12: [B]
As alternativas [A], [C] e [D] não
apresentam soluções corretas relativamente à transposição da voz passiva para a
ativa nos segmentos mencionados. Para tal, deveriam ser substituídos por “hoje
dizem com tanta facilidade”, “pois o haviam ungido”, “Entre eles, mataram ou
feriram 150 no assalto”, respectivamente. Em [E], a frase “Afinal, em que estava
empenhada a Revolução Francesa?” já se encontra na voz ativa. Assim, é correta
apenas a alternativa [B].
Resposta da questão 13:
a) Voz passiva analítica:
Em uma recente análise, é mostrado pela revista "The
Economist" que a força de trabalho foi dobrada pela entrada da China, da
Índia e da ex-União Soviética na economia mundial.
b) Voz passiva sintética:
Em uma recente
análise, mostra-se que a entrada da China, da Índia e da ex-União Soviética na
economia mundial dobrou a força de trabalho.
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