a)
Fabiano não só
foi o melhor, mas também foi o mais votado. (aditiva)
b)
Apresente seus
argumentos ou ficará sem chance de defesa. (conclusiva)
c)
Estude muito, pois
a prova de conhecimentos específicos estará bem difícil. (explicativa)
d)
Ela era a mais
bem preparada candidata, mas a vaga de emprego foi destinada a sua amiga.
(adversativa)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A MORTE DA TARTARUGA
"O menininho foi
ao quintal e voltou chorando: a tartaruga tinha morrido. A mãe foi ao quintal
com ele, mexeu na tartaruga com um pau (tinha nojo daquele bicho) e constatou
que a tartaruga tinha morrido mesmo. Diante da confirmação da mãe, o garoto
pôs-se a chorar ainda com mais força. A mãe a princípio ficou penalizada, mas
logo começou a ficar aborrecida com o choro do menino. "Cuidado, senão
você acorda o seu pai". Mas o menino não se conformava. Pegou a tartaruga
no colo e pôs-se a acariciar-lhe o casco duro. A mãe disse que comprava outra,
mas ele respondeu que não queria, queria aquela, viva! A mãe lhe prometeu um
carrinho, um velocípede, lhe prometeu uma surra, mas o pobre menino parecia
estar mesmo profundamente abalado com a morte do seu animalzinho de estimação.
Afinal, com tanto
choro, o pai acordou lá dentro, e veio, estremunhado, ver de que se tratava. O
menino mostrou-lhe a tartaruga morta. A mãe disse: - "Está aí assim há
meia hora, chorando que nem maluco. Não sei mais o que faço. Já lhe prometi
tudo mas ele continua berrando desse jeito". O pai examinou a situação e
propôs: - "Olha, Henriquinho. Se a tartaruga está morta não adianta mesmo
você chorar. Deixa ela aí e vem cá com o pai". O garoto depôs cuidadosamente
a tartaruga junto do tanque e seguiu o pai, pela mão. O pai sentou-se na
poltrona, botou o garoto no colo e disse: - "Eu sei que você sente muito a
morte da tartaruguinha. Eu também gostava muito dela. Mas nós vamos fazer pra
ela um grande funeral". (Empregou de propósito a palavra difícil). O
menininho parou imediatamente de chorar. "Que é funeral?" O pai lhe
explicou que era um enterro. "Olha, nós vamos à rua, compramos uma caixa
bem bonita, bastante balas, bombons, doces e voltamos para casa. Depois botamos
a tartaruga na caixa em cima da mesa da cozinha e rodeamos de velinhas de
aniversário. Aí convidamos os meninos da vizinhança, acendemos as velinhas,
cantamos o "Happy-Birth-Day-To-You" pra tartaruguinha morta e você
assopra as velas. Depois pegamos a caixa, abrimos um buraco no fundo do
quintal, enterramos a tartaruguinha e botamos uma pedra em cima com o nome dela
e o dia em que ela morreu. Isso é que é funeral! Vamos fazer isso?" O
garotinho estava com outra cara. "Vamos papai, vamos! A tartaruguinha vai ficar
contente lá no céu, não vai? Olha, eu vou apanhar ela". Saiu correndo.
Enquanto o pai se vestia, ouviu um grito no quintal. "Papai, papai, vem cá
ela está viva!" O pai correu pro quintal e constatou que era verdade. A
tartaruga estava andando de novo normalmente. "Que bom, hein" - disse
- "Ela está viva! Não vamos ter que fazer o funeral!" "Vamos
sim, papai" - disse o menino ansioso, pegando uma pedra bem grande -
"Eu mato ela".
MORAL: O IMPORTANTE NÃO É A MORTE, É O QUE ELA NOS TIRA."
(Fernandes, Millôr. A morte da
Tartaruguinha. ln: Fábulas
Fabulosas. 9ª ed., Rio de Janeiro, Nórdica, 1985, pp. 100/101)
2. (Unesp 1989) Esta
questão refere-se às relações entre os pais e o filho expressas no texto.
Responda:
O discurso de convencimento do pai é estruturado por orações coordenadas
assindéticas e sindéticas. Qual é a relação dessa estrutura com o sentido dessa
parte específica do texto?
3. (G1 1996) No
período: "Paredes ficaram tortas, animais enlouqueceram e as plantas
caíram", temos duas orações coordenadas _______________ e uma oração
coordenada _______________ _________________.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A ILUSÃO DA NEUTRALIDADE DA CIÊNCIA
Como a ciência se caracteriza pela separação e pela distinção entre o
sujeito do conhecimento e o objeto; como a ciência se caracteriza por retirar
dos objetos do conhecimento os elementos subjetivos; como os procedimentos
científicos de observação, experimentação e interpretação procuram alcançar o
objeto real ou o objeto construído como modelo aproximado do real; e, enfim,
como os resultados obtidos por uma ciência não dependem da boa ou má vontade do
cientista nem de suas paixões, estamos convencidos de que a ciência é neutra ou
imparcial. Diz à razão o que as coisas são em si mesmas. Desinteressadamente.
Essa imagem da neutralidade científica é ilusória.
Quando o cientista escolhe uma certa definição de seu objeto, decide
usar um determinado método e espera obter certos resultados, sua atividade não
é neutra nem imparcial, mas feita por escolhas precisas. (...)
O racismo (por exemplo) não é apenas uma ideologia social e política. É
também uma teoria que se pretende científica, apoiada em observações, dados e
leis conseguidos com a biologia, a psicologia, a sociologia. É uma certa
maneira de construir tais dados, de sorte a transformar diferenças étnicas e
culturais em diferenças biológicas naturais imutáveis e separar os seres
humanos em superiores e inferiores, dando aos primeiros justificativas para
explorar, dominar e mesmo exterminar os segundos.
(Adaptado de CHAUÍ, Marilena. Convite
à Filosofia. Rio de Janeiro: Ática, 1995.)
4. (Uerj 2001) "O
racismo não é apenas uma ideologia social e política. É também uma teoria que
se pretende científica,"
O trecho acima contém dois períodos que, embora sejam sintaticamente
independentes, estão unidos por uma certa relação de sentido.
Utilizando conectivos, reescreva este trecho em um só período composto
por orações coordenadas, de modo que a relação de sentido seja mantida.
5. (Ufscar 2002) A
questão baseia-se no texto a seguir, de Machado de Assis.
Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho
que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre
é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a
sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque
o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o
livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e
fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à
esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam
e caem...
O trecho apresentado faz parte de "Memórias póstumas de Brás
Cubas", obra que tem como narrador o falecido Brás Cubas. Daí poder-se
entender que escrever distrai um pouco da eternidade.
a) O narrador tem toda a eternidade para escrever. O leitor, porém, tem
um tempo diferente. Essa oposição estabelece que tipo de relação entre a obra e
o leitor, segundo o narrador?
b) O narrador compara seu estilo aos ébrios (bêbados), usando orações
coordenadas e curtas. O que essas orações sugerem?
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Pastora de nuvens, fui posta a serviço por uma campina tão desamparada
que não principia nem também termina, e onde nunca é noite e nunca madrugada.
(Pastores da terra, vós tendes sossego, que olhais para o sol e
encontrais direção. Sabeis quando é tarde, sabeis quando é cedo. Eu, não.)
Esse trecho faz parte de um poema de Cecília Meireles, intitulado Destino, uma espécie de profissão de fé
da autora.
6. (Fgv 2007) O
conjunto das duas orações coordenadas que compõem o segundo verso da segunda
estrofe - "que olhais para o sol e encontrais direção" - tem sentido
a)
explicativo.
b)
comparativo.
c)
condicional.
d)
concessivo.
e)
temporal.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
TEXTO I
O PLANETA SARADO
Com a aproximação do verão, a obsessão do povo desta
cidade pelo corpo está beirando a loucura. Nas ruas, nas praias, nos
escritórios, só se fala em calorias, corpo definido (tem também indefinido?),
bíceps, tríceps. Sarados andam com sarados, barrigudinhos com barrigudinhos. As
castas não se misturam. E ai de um não malhado que quiser se enturmar. Leva
bola preta. Pedir sobremesa na frente de todo mundo no restaurante, nem pensar.
2É pior que tirar a roupa em público.
Já se foi o tempo em que intelectual podia beber seu
uísque em paz. Atualmente, até cronista acaba se sentindo pressionado a manter
o corpinho. Eu mesmo confesso que passei a contar as calorias de um gomo de
laranja. Corri, pedalei, nadei, não tomei o elevador e subi escadas correndo
imaginando que aquele esforço equivaleria a pelo menos uma empadinha de
palmito. Tudo isso para tentar fugir da discriminação. Sim, porque do jeito que
a coisa vai muito em breve ter uns quilinhos a mais já será considerado razão
para não te dirigirem mais a palavra, te expulsarem do emprego, te banirem da
cidade e te enviarem para um campo de concentração (spa?) onde vão esconder os
gordos. Movido por esse pânico, tento me adaptar.
É mesmo comovente essa nova vontade de se adequar. 1Lutamos
desesperadamente para ter os mesmos corpos, os mesmos cabelos, os mesmos
carros, as mesmas roupas. Gatinhas há de dois tipos: as aloiradas e as futuras
aloiradas. Bolsa de mulher, então, só existe uma. Quanto aos garotões, podemos
listar três ou quatro variações do mesmo tema entre o loirinho surfista e o
moreno. Já carros existem atualmente mais opções de marcas para escolher. O
único problema ainda é o rosto. Esse, o cirurgião plástico precisa deixar nele sempre
algum traço peculiar para que possamos reconhecer nossos parceiros e parceiras
na hora de levá-los para casa.
CARNEIRO, João Emanuel. O planeta sarado. In: Veja Rio, 27 dez. 2000.
7. (G1 - cp2 2008) Transcreva,
do segundo parágrafo do texto I, apenas a sequência de orações coordenadas que
revela a tentativa, por parte do cronista, de se enquadrar nos padrões de
comportamento para o verão.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A MAÇÃ DE OURO
A Apple supera a Microsoft
em valor de mercado, premiando o espírito visionário e libertário de Steve Jobs
12A
Microsoft e a Apple vieram ao mundo praticamente ao mesmo tempo, em meados dos
anos 1970, criadas na garagem de jovens estudantes. Mas as empresas não trilharam
caminhos paralelos. A Microsoft desenvolveu o sistema operacional mais popular
do mundo e rapidamente se tornou uma das maiores corporações americanas,
rivalizando com gigantes da velha indústria. A Apple, ao contrário, demorou a
decolar. 14Fazia produtos inovadores, mas que vendiam pouco. 4Isso
começou a mudar quando Steve Jobs, um de seus fundadores, 6que fora
afastado nos anos 80, assumiu o comando criativo da empresa, em 1996. 11A
Apple estava à beira da falência e só ganhou sobrevida porque recebeu um 10aporte
de 150 milhões de dólares de Microsoft. Jobs iniciou o lançamento de produtos 8genuinamente
revolucionários nas áreas que mais crescem na indústria de tecnologia. Primeiro
com o iPod e a loja virtual iTunes. Depois vieram o iPhone e, agora, o iPad.
Desde o início de 2005, o preço das ações da empresa foi multiplicado por oito.
3Na semana passada, a Apple alcançou o cume. 15Tornou-se
a companhia de tecnologia mais valiosa do mundo, superando a Microsoft. 13Na
sexta-feira, a empresa de Jobs tinha valor de mercado de 233 bilhões de
dólares, contra 226 bilhões de dólares da companhia de Bill Gates.
2A
Marca, para além da disputa pessoal entre os 7maiores gênios da nova
economia, coroa a estratégia definida por Jobs. Quando ele retornou à Apple,
tamanha era a descrença no futuro da empresa que Michael Dell, fundador da
Dell, afirmou que o melhor a fazer era fechar as portas e devolver o dinheiro a
5seus acionistas. Hoje, a Dell vale um décimo da Apple. 1O
mérito de Jobs foi ter a 9presciência do rumo que o mercado tomaria.
BARRUCHO, Luís Guilherme
& TSUBOI, Larissa. A maçã de ouro. In: Revista
Veja, 02 de jun. 2010, p.187. Adaptado.
8. (Epcar (Afa) 2013) Analise o período abaixo:
“A Apple estava à beira da
falência e só ganhou sobrevida porque recebeu um aporte de 150 milhões de
dólares da Microsoft.” (ref. 11)
Nele, pode-se afirmar que
a)
a conjunção e
estabelece, entre as orações coordenadas, um sentido adversativo.
b)
a conjunção porque
introduz ideia de causa à primeira oração do período.
c)
há três
orações, cujos núcleos são transitivos diretos.
d)
o verbo receber
possui somente objeto direto.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Casa de Pensão (fragmento)
Às
oito horas, quando entrou em casa tinha já resolvido não ficar ali nem mais um
dia. − 1Era fazer as malas e bater quanto antes a bela
plumagem!
Mas
também, se por um lado não lhe convinha ficar em companhia do Campos; por
outro, a ideia de se meter na república do Paiva não o seduzia absolutamente. 2Aquela
miséria e aquela desordem lhe causavam repugnância. 3Queria
liberdade, a boêmia, a pândega − sim senhor! tudo isso, porém, com um certo ar, com
uma certa distinção aristocrática. Não admitia uma cama sem travesseiros, um
almoço sem talheres e uma alcova sem espelhos. 4Desejava a bela
crápula, − por Deus que desejava! mas não bebendo pela garrafa e dormindo pelo chão
de águas-furtadas! − Que diabo! − não podia ser tão difícil
conciliar as duas coisas! ...
Pensando
deste modo, subiu ao quarto. 5Sobre a cômoda estava uma carta que
lhe era dirigida; abriu-a logo:
6"Querido Amâncio.
7Desculpe tratá-lo com esta liberdade; como, porém, já sou seu amigo, não
encontro jeito de lhe falar doutro modo. Ontem, quando combinamos no Hotel dos Príncipes a
sua visita para domingo, 8não me passava pela cabeça que hoje
era dia santo e que fazíamos melhor em aproveitá-lo; por conseguinte, se
o amigo não tem algum compromisso, venha passar a tarde conosco, que nos dará
com isso grande prazer. Minha família, depois que lhe falei a seu respeito,
está impaciente para conhecê-lo e desde já fica à sua espera."
Assinava
"João Coqueiro" e havia o seguinte post-scriptum: 9"Se
não puder vir, previna-mo por duas palavrinhas; mas venha. Resende n ... "
Amâncio
hesitou em se devia ir ou não. O Coqueiro, com a sua figurinha de tísico, o seu
rosto chupado e quase verde, os seus olhos pequenos e penetrantes, de uma
mobilidade de olho de pássaro, com a sua boca fria, deslabiada, o seu nariz agudo,
o seu todo seco egoísta, desenganado da vida, não era das coisas que mais o
atraíssem. No entanto, bem podia ser que ali estivesse o que ele procurava, − um
cômodo limpo, confortável, um pouquinho de luxo, e plena liberdade. Talvez
aceitasse o convite.
− 10Esta gente onde está? perguntou, indicando o andar
de cima a um caixeiro que lhe apareceu no corredor, com a sua calça
domingueira, cor de alecrim, o charuto ao canto da boca.
− 11Foram passear ao Jardim Botânico, respondeu aquele,
descendo as escadas.
− Todos? ainda interrogou Amâncio.
− Sim, disse o outro entre os dentes, sem voltar o
rosto. E saiu.
− Está resolvido! pensou o estudante. − Vou à
casa do Coqueiro. Ao menos estarei entretido durante esse tempo!
E
voltando ao quarto:
− Não! É que tudo ali em casa do Campos já lhe
cheirava mal!... Olhassem para o ar impertinente com que aquele galeguinho lhe
havia falado! ... E tudo mais era pelo mesmo teor. − Uma
súcia d'asnos!
12Começou
a vestir-se de mau humor, arremessando a roupa, atirando com as gavetas. O
jarro vazio causou-lhe febre, sentiu venetas de arrojá-lo pela janela; ao tomar
uma toalha do cabide, porque ela se não desprendesse logo, deu-lhe tal empuxão
que a fez em tiras.
− Um horror! resmungava, a vestir-se furioso, sem
saber de quê.
− Um horror!
E,
quando passou pela porta da rua, teve ímpetos de esbordoar o caixeiro, que
nesse dia estava de plantão.
AZEVEDO,
Aluísio. Casa de Pensão. São Paulo: Ática, 2009, p.59-60.
9. (Ufpb 2012) Leia:
“Começou a vestir-se de
mau humor, arremessando a roupa, atirando com as gavetas. O jarro vazio
causou-lhe febre, sentiu venetas de arrojá-lo pela janela; ao tomar uma toalha
do cabide, porque ela se não desprendesse logo, deu-lhe tal empuxão que a fez
em tiras.” (ref.12)
Considerando a organização
semântico-sintática desse fragmento, julgue os itens a seguir:
( ) Os processos de coordenação
e de subordinação estão presentes na organização desse fragmento.
( ) As orações “arremessando
a roupa, atirando com as gavetas” referem-se à expressão “vestir-se de
mau humor”, indicando circunstância de causa.
( ) A oração “ao tomar uma
toalha do cabide” expressa uma ideia de tempo em relação às orações “deu-lhe
tal empuxão que a fez em tiras.”
( ) O conectivo “que” introduz
uma oração de valor explicativo.
( ) O conectivo “porque”
pode ser substituído pelo conectivo “como”, mantendo-se o mesmo sentido
do período.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
JOÃO sem terra
Viajar para a lua?
Complexo de quem gostaria de não ter nascido na Terra.
Não dele, para quem a lua é rural.
Tem a forma de uma foice ou de um fruto.
Não dele, João sem terra mas sujo de terra.
Procurar outra terra?
Mas em outra terra a mesma lua, a mesma foice o mesmo coice, a mesma
condição de João sem terra e - paradoxalmente -
João sujo de terra, sub-João.
Enterro e desterro palavras que só se escrevem na Terra com terra.
Poderia ter nascido em outro planeta, por exemplo: onde não houvesse
terra.
Onde não vivesse tão sujo de terra.
Mas não; nasceu na Terra.
No fundo do latifúndio os cães latindo.
João sem terra mas sujo de terra.
Corroído pelo pó da terra.
Vestido de chuva e de sol.
Girassol que erra de terra em terra.
O seu suor em flor mas para o senhor feudal da terra.
Sem terra mas na Terra.
Sem terra mas sujo de terra.
Não o João Sem Terra1 da loura Inglaterra.
RICARDO, Cassiano. Jeremias sem-chorar. 2ª ed. Rio de Janeiro: J.
Olympio.1968.141 p.
1João Sem Terra: Rei da Inglaterra
(1199-1216) que assinou a Carta Magna em junho de 1215.
10. (Unirio 2004) Na
estrutura sintático-semântica da última estrofe do poema João sem terra:
a)
não ocorre oração subordinada.
b)
prevalece o processo sintático de subordinação.
c)
predomina o processo sintático de coordenação.
d)
ocorrem orações intercaladas.
e)
não ocorre oração coordenada sindética, cujo verbo está elíptico.
11. (Ufsm 2002) No ano
passado, Cássia Eller fez uma turnê em várias cidades do país e gravou um CD
acústico. Uma das músicas que ela incluiu nesse CD foi "Malandragem",
de Cazuza, que tem o seguinte refrão:
Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem
Pois sou criança e não conheço a verdade
Eu sou poeta e não aprendi a amar.
Agora, observe esses versos de Álvares de Azevedo:
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra e uma cruz, e escrevam nela:
- Foi poeta - sonhou e amou na vida.
Pode-se afirmar que, em "Eu sou poeta E não aprendi a amar" e
"- Foi poeta - sonhou E amou na vida", os termos destacados.
a)
têm o mesmo sentido, pois estabelecem uma relação de adição entre as
orações.
b)
têm sentidos diferentes, pois, no primeiro caso, o "e"
estabelece uma relação de oposição, enquanto, no segundo, estabelece uma
relação de adição.
c)
não apresentam significação no texto, limitando-se a ser um elemento de
ligação.
d)
têm sentidos diferentes, pois, na música popular, o "e"
estabelece uma relação de adição e, no texto literário, uma relação de
oposição.
e)
têm sentidos diferentes porque, no primeiro caso, há uma relação de
coordenação e, no segundo, uma relação de subordinação.
12. (G1 1996) Todos os
períodos dados a seguir são compostos por coordenação. Separe as orações de
cada um deles e classifique-as.
a) Todos prometeram ajudar; muitos, porém, não cumpriram a promessa.
b) "O homem ao meu lado acende outro cigarro, dá uma tragada e
joga-o pela janela". (Stanislaw Ponte Preta)
c) Ele trabalhava durante o dia e estudava à noite.
d) A criança ora cantava, ora se punha a correr pela sala.
13. (G1 1996) Todos os
períodos dados a seguir são compostos por coordenação. Separe as orações de
cada um deles e classifique-as.
a) "Levanto-me, procuro uma vela, que a luz vai apagar-se. Não
tenho sono". (Graciliano Ramos)
b) Entre, mas não faça barulho que a patroa está dormindo.
c) Não falte à reunião, pois quero falar com você.
d) Vá para casa que eu tomarei conta de tudo.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
"Vivemos mais uma
grave crise, repetitiva dentro do ciclo de graves crises que ocupa a energia
desta nação. A frustração cresce e a desesperança não cede. Empresários
empurrados à condição de liderança oficial se reúnem em eventos como este, para
lamentar o estado de coisas. O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a
crítica pungente ou a auto-absolvição?
É da história do mundo
que as elites nunca introduziram mudanças que favorecessem a sociedade como um
todo. Estaríamos nos enganando se achássemos que estas lideranças empresariais
aqui reunidas teriam a motivação para fazer a distribuição de poderes e rendas
que uma nação equilibrada precisa ter. Aliás, é ingenuidade imaginar que a
vontade de distribuir renda passe pelo empobrecimento da elite. É também ocioso
pensar que nós, da tal elite, temos riqueza suficiente para distribuir. Faço
sempre, para meu desânimo, a soma do faturamento das nossas mil maiores e
melhores empresas, e chego a um número menor do que o faturamento de apenas
duas empresas japonesas. Digamos, a Mitsubishi e mais um pouquinho. Sejamos
francos. Em termos mundiais somos irrelevantes como potência econômica, mas ao
mesmo tempo extremamente representativos como população. "
("Discurso de Semler aos Empresários", FOLHA DE S. PAULO, 11/09/91)
14. (Fuvest 1992) Dentre
os períodos transcritos do texto, um é composto por coordenação e contém uma
oração coordenada sindética adversativa. Assinalar a alternativa correspondente
a este período.
a)
A frustração cresce e a desesperança não cede.
b)
O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica pungente ou a
auto-absolvição?
c)
É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos riqueza suficiente
para distribuir.
d)
Sejamos francos.
e)
Em termos mundiais somos irrelevantes como potência econômica, mas ao
mesmo tempo extremamente representativos como população.
15. (G1 1996) Complete:
Num período composto por coordenação, as orações que não vêm
introduzidas por uma conjunção coordenativa são chamadas de _______________ .
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[B]
[A] Correto. A relação de sentido entre as duas
orações é aditiva, uma vez que Fabiano acumula dois méritos: ser o melhor e o
mais votado.
[B] Incorreto. A relação de sentido entre as duas
orações é alternativa, pois há necessidade de escolha: apresentar ou ficar sem
chance de defesa.
[C] Correto. A relação de sentido entre as orações
é explicativa: o imperativo presente na Oração Coordenada Assindética é
explicado pela Oração Coordenada Sindética.
[D] Correto. A relação de sentido entre as
orações é adversativa: há oposição entre ser a candidata mais bem preparada,
porém a vaga ser destinada a outra pessoa.
Resposta da questão 2:
O
pai procura usar uma estrutura sintática simples para poder comunicar-se melhor
com o filho e convencê-lo a aceitar a morte da tartaruga.
Resposta da questão 3:
assindéticas
- sindética aditiva
Resposta da questão 4:
Um
dentre os períodos:
- O racismo não é apenas uma ideologia social e política, mas também uma
teoria que se pretende científica.
- O racismo é não só uma ideologia social e
política, mas ainda uma teoria que se pretende científica.
Resposta da questão 5:
a) A
obra é atemporal; e o leitor está sujeito a um tempo limitado: o da leitura.
b) As orações são "ilustrações" do
andar de um ébrio.
Resposta da questão 6:
[A]
Resposta da questão 7:
Essa
sequência é formada pelas seguintes orações: "Corri, pedalei, nadei, não
tomei elevador e subi escadas".
Resposta da questão 8:
[A]
As opções [B], [C] e [D] são incorretas, pois no período
[B]
a conjunção “porque” introduz noção de causa à segunda oração do período (“só
ganhou sobrevida”);
[C]
há três orações: principal com verbo de ligação, coordenada adversativa com
verbo transitivo direto e subordinada adverbial causal com verbo transitivo
direto e indireto;
[D]
o verbo “receber” apresenta objeto direto (“um aporte de 150 milhões de
dólares”) e objeto indireto (“da Microsoft”).
Assim, é correta apenas [A].
Resposta da questão 9:
V – F – V – F – V.
A sucessão de orações coordenadas assindéticas do primeiro período e as
subordinadas do segundo validam a primeira afirmação. É falsa a segunda, pois
as expressões “arremessando a roupa, atirando com as gavetas” indicam tempo e
não causa. A mesma ideia de tempo está presente no terceiro fragmento, por isso
a afirmação é verdadeira. É falsa ainda a penúltima afirmação, pois o conectivo
“que” é uma conjunção subordinativa que indica consequência. É correto o último
item, pois a conjunção “porque”, subordinativa causal, pode ser substituída por
“como” sem perda do sentido original.
Resposta da questão 10:
[C]
Resposta da questão 11:
[B]
Resposta da questão 12:
a) Todos
prometeram ajudar: oração coordenada assindética
muitos, porém, não
cumpriram... : oração coordenada sindética adversativa
b) O homem ao meu lado acende outro cigarro: assindética
dá uma tragada: assindética
e joga-o pela janela:
sindética aditiva
c) Ele trabalhava durante o dia: assindética
e estudava à noite: sindética
aditiva.
d) A criança ora cantava: sindética alternativa
ora se punha a correr pela sala: sindética alternativa.
Resposta da questão 13:
a)
Levanto-me: assindética
procuro uma vela: assindética
que a luz vai apagar-se :
sindética explicativa
b) Entre: assindética
mas não faça barulho:
sindética adversativa.
que a patroa está dormindo:
sindética explicativa
c) Não falte à reunião: assindética
pois quero falar com você:
sindética explicativa.
d) Vá para casa: assindética
que eu tomarei conta de tudo: sindética explicativa.
Resposta da questão 14:
[E]
Resposta da questão 15:
Assindéticas