“Quem conta um conto aumenta um ponto”. Já ouviu essa expressão? Os contos surgiram há muito tempo e foram popularizados de forma oral, um contando para o outro de geração em geração. É muito comum encontrarmos várias versões de um mesmo conto, justamente porque cada um conta de um jeito diferente, de acordo com sua realidade.
O conto é uma
narrativa ficcional curta escrita em prosa com personagens que realizam ações
em um determinado tempo e lugar. Como é uma narrativa, há, nesse gênero
textual, a presença de um narrador, aquele que conta a história.
Os personagens
são os agentes na história, os que praticam as ações e a partir dos quais a
narrativa é desenvolvida.
O enredo é o
nome dado à sequência de fatos narrados na história. No enredo, é desenvolvido
o tema central do conto.
Todas as ações dos personagens, assim como o
enredo, são organizadas em uma linha temporal e ocorrem em um lugar específico,
determinado e descrito pelo narrador.
Leia o conto abaixo e responda às questões a seguir.
O JUMENTO
Mas
o pobre do animal, apesar da sua capacidade de falar e entender o que seu dono
dizia, não era valorizado, alimentava-se da pior comida e dormia no relento da
noite fria.
Certa vez, o
fazendeiro precisava ir à cidade, uma viagem muito longa, que demoraria dois
dias para chegar. Levou consigo seu jumento para trazer as mercadorias que
compraria. Durante o percurso, o fazendeiro tropeçou e caiu dentro de um
buraco, mas logo conseguiu se levantar. O jumento começou a caçoar do seu dono,
rindo e relinchando sem parar.
O fazendeiro
não se conteve e se revoltou com o pobre, além de batê-lo, falava muitos
palavrões com o desprovido animal. Não demorou em chamar a atenção das pessoas
que por ali transitavam. Um camponês que passava por perto se admirou da
sabedoria do animal em compreender toda aquela situação e se encantou com o
bicho. O fazendeiro, com muita raiva do jumento, foi até onde estava aquele
pobre camponês e disse:
__Você
quer comprar este jumento?
__Quero,
mas só tenho dez moedas. Respondeu o homem.
__Tá bom, você
leva o jumento e eu fico com suas dez moedas! Disse o fazendeiro.
Assim,
o fazendeiro vendeu seu animal pelas míseras dez moedas de tão pouco valor que
não davam para comprar nem sequer um saco de milho. Retornou para sua casa e
desistiu da sua viagem.
Dias
depois, o fazendeiro estava despreocupado, deitado em sua rede feliz, pois não
precisava alimentar o jumento, quando de repente chegou seu amigo, outro
fazendeiro, e lhe apresentou o jornal que destacava um camponês que possuía um
jumento que sabia falar, muito feliz e rico, pois o animal estava fazendo um
sucesso tremendo na cidade.
__ Minha
nossa senhora, olha onde está meu jumento!!! Admirou-se o fazendeiro.
__ Como é
que é seu jumento, se você o vendeu? Ponderou seu amigo.
O
fazendeiro ficou pensativo ao descobrir que o jumento foi parar no jornal.
Então, quando na rua passava, as pessoas perguntavam a razão de ter vendido seu
animal, já que ele era diferente e sabia falar. Mas nem ele compreendia a
burrice que havia feito.
E assim o fazendeiro ficou sem o jumento, na pobreza, todo o resto da sua vida. Não aproveitou a sabedoria do bicho. Agora, dizem que o jumento vive comendo da melhor comida e bebendo do melhor vinho.
De Sousa, Raylane Furtado. Disponível em: http://tudosaladeaula.blogspot.com/
01.
Explique por que o texto acima é considerado um
conto.
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02.
Identifique os personagens do conto “O jumento”.
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03.
No texto há a indicação de quando ocorreram os
fatos? Justifique sua resposta.
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04.
Indique o lugar onde, segundo o narrador, ocorreu a
história desenvolvida.
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05.
Explique o uso de verbos no pretérito ao longo do texto.
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GABARITO
HABILIDADES BNCC
(EI03EF05) Recontar histórias ouvidas para produção de reconto escrito, tendo o professor como escriba.
(EI01EF08) Participar de situações de escuta de textos em diferentes gêneros textuais (poemas, fábulas, contos, receitas, quadrinhos, anúncios etc.).
(EF15LP16) Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde, de maneira autônoma, textos narrativos de maior porte como contos (populares, de fadas, acumulativos, de assombração etc.) e crônicas.
(EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes –, romances infantojuvenis, contos populares, contos de terror, lendas brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF67LP30) Criar narrativas ficcionais, tais como contos populares, contos de suspense, mistério, terror, humor, narrativas de enigma, crônicas, histórias em quadrinhos, dentre outros, que utilizem cenários e personagens realistas ou de fantasia, observando os elementos da estrutura narrativa próprios ao gênero pretendido, tais como enredo, personagens, tempo, espaço e narrador, utilizando tempos verbais adequados à narração de fatos passados, empregando conhecimentos sobre diferentes modos de se iniciar uma história e de inserir os discursos direto e indireto.
(EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF89LP35) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crônicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e de ficção científica, dentre outros, com temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos, e, no caso de produção em grupo, ferramentas de escrita colaborativa.