segunda-feira, 5 de março de 2018

Processos de formação de palavras

1. (Enem PPL 2012)  Devemos dar apoio emocional específico, trabalhando o sentimento de culpa que as mães têm de infectar o filho. O principal problema que vivenciamos é quanto ao aleitamento materno. Além do sentimento muito forte manifestado pelas gestantes de amamentar seus filhos, existem as cobranças da família, que exige explicações pela recusa em amamentar, sem falar nas companheiras na maternidade que estão amamentando. Esses conflitos constituem nosso maior desafio. Assim, criamos a técnica de mamadeirar. O que é isso? É substituir o seio materno por amor, oferecendo a mamadeira, e não o peito!
 PADOIN, S. M. M. et al. (Org.) Experiências interdisciplinares em Aids: interfaces de uma epidemia. Santa Maria: UFSM, 2006 (adaptado).
O texto é o relato de uma enfermeira no cuidado de gestantes e mães soropositivas. Nesse relato, em meio ao drama de mães que não devem amamentar seus recém-nascidos, observa-se um recurso da língua portuguesa, presente no uso da palavra “mamadeirar”, que consiste  
a) na manifestação do preconceito linguístico.    
b) na recorrência a um neologismo.    
c) no registro coloquial da linguagem.    
d) na expressividade da ambiguidade lexical.    
e) na contribuição da justaposição na formação de palavras.   
  
2. (Enem 2015)  TEXTO I
Um ato de criatividade pode contudo gerar um modelo produtivo. Foi o que ocorreu com a palavra sambódromo, criativamente formada com a terminação -(ó)dromo (= corrida), que figura em hipódromo, autódromo, cartódromo, formas que designam itens culturais da alta burguesia. Não demoraram a circular, a partir de então, formas populares como rangódromo, beijódromo, camelódromo.
AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
TEXTO II
Existe coisa mais descabida do que chamar de sambódromo uma passarela para desfile de escolas de samba? Em grego, -dromo quer dizer “ação de correr, lugar de corrida”, dai as palavras autódromo e hipódromo. É certo que, às vezes, durante o desfile, a escola se atrasa e é obrigada a correr para não perder pontos, mas não se desloca com a velocidade de um cavalo ou de um carro de Formula 1.
GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 ago, 2012.

Há nas línguas mecanismos geradores de palavras. Embora o Texto II apresente um julgamento de valor sobre a formação da palavra sambódromo, o processo de formação dessa palavra reflete
a) o dinamismo da língua na criação de novas palavras.   
b) uma nova realidade limitando o aparecimento de novas palavras.   
c) a apropriação inadequada de mecanismos de criação de palavras por leigos.   
d) o reconhecimento da impropriedade semântica dos neologismos.   
e) a restrição na produção de novas palavras com o radical grego.   
  
3. (Enem PPL 2012) 
Agora eu era herói
E o meu cavalo só falava inglês.
A noiva do cowboy
Era você, além das outras três.
Eu enfrentava os batalhões,
Os alemães e seus canhões.
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês. 
           CHICO DUARQUE. João e Maria, 1977 (fragmento).

Nos terceiro e oitavo versos da letra da canção, constata- se que o emprego das palavras cowboy e rock expressa a influência de outra realidade cultural na língua portuguesa. Essas palavras constituem evidências de 
a) regionalismo, ao expressar a realidade sociocultural de habitantes de uma determinada região.    
b) neologismo, que se caracteriza pelo aportuguesamento de uma palavra oriunda de outra língua.    
c) jargão profissional, ao evocar a linguagem de uma área específica do conhecimento humano.    
d) arcaísmo, ao representar termos usados em outros períodos da história da língua.    
e) estrangeirismo, que significa a inserção de termos de outras comunidades linguísticas no português.  
  
4. (Enem 2010)  Carnavália
 Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu, será que era meu, quando ela passou por
mim?
                               ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento).

No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a junção coração + samba + tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a elementos que compõem uma escola de samba e a situação emocional em que se encontra o autor da mensagem, com o coração no ritmo da percussão.
Essa palavra corresponde a um(a)
a) estrangeirismo, uso de elementos linguísticos originados em outras línguas e representativos de outras culturas.   
b) neologismo, criação de novos itens linguísticos, pelos mecanismos que o sistema da língua disponibiliza.   
c) gíria, que compõe uma linguagem originada em determinado grupo social e que pode vir a se disseminar em uma comunidade mais ampla.   
d) regionalismo, por ser palavra característica de determinada área geográfica.   
e) termo técnico, dado que designa elemento de área específica de atividade.   

O autor do texto abaixo critica, ainda que em linguagem metafórica, a sociedade contemporânea em relação aos seus hábitos alimentares.
"Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava Ieite em garrafa, na leiteira da esquina? (...)
Mas vocês não se lembram de nada, pô? Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite - leite em pacote, imagina, Tereza! - na porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado, ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo leite?  No dicionário diz que leite é outra coisa: 'Líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais minerais'. Um alimento pra ninguém botar defeito.  O ser humano o usa há mais de 5.000 anos. É o único alimento só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve pra fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite é só leite. Ou toma ou bota fora.
Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite. Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!"
(FERNANDES, Millôr. O Estado de S. Paulo, 22 de agosto de 1999)

5. (Enem 2000)  A palavra embromatologia usada pelo autor é:
a) um termo científico que significa estudo dos bromatos.   
b) uma composição do termo de gíria "embromação" (enganação) com bromatologia, que é o estudo dos alimentos.   
c) uma junção do termo de gíria "embromação" (enganação) com lactologia, que é o estudo das embalagens para leite.   
d) um neologismo da química orgânica que significa a técnica de retirar bromatos dos laticínios.   
e) uma corruptela de termo da agropecuária que significa a ordenha mecânica.   

Nosso pensamento, como toda entidade viva, nasce para se vestir de fronteiras. Essa invenção é uma espécie de vício de arquitetura, pois não há infinito sem linha do horizonte. A verdade é que a vida tem fome de fronteiras. Porque essas fronteiras da natureza não servem apenas para fechar. Todas as membranas orgânicas são entidades vivas e permeáveis. São fronteiras feitas para, ao mesmo tempo, delimitar e negociar: o “dentro” e o “fora” trocam-se por turnos.
Um dos casos mais notáveis na construção de fronteiras acontece no mundo das aves. É o caso do nosso tucano, o tucano africano, que fabrica o ninho a partir do oco de uma árvore. Nesse vão, a fêmea se empareda literalmente, erguendo, ela e o macho, um tapume de barro. Essa parede tem apenas um pequeno orifício, ele é a única janela aberta sobre o mundo. Naquele cárcere escuro, a fêmea arranca as próprias penas para preparar o ninho das futuras crias. Se quisesse desistir da empreitada, ela morreria, sem possibilidade de voar. Mesmo neste caso de consentida clausura, a divisória foi inventada para ser negada.
Mas o que aqueles pássaros construíram não foi uma parede: foi um buraco. Erguemos paredes inteiras como se fôssemos tucanos cegos. De um e do outro lado há sempre algo que morre, truncado do seu lado gêmeo. Aprendemos a demarcarmo-nos do Outro e do Estranho como se fossem ameaças à nossa integridade. Temos medo da mudança, medo da desordem, medo da complexidade. Precisamos de modelos para entender o universo (que é, afinal, um pluriverso ou um multiverso), que foi construído em permanente mudança, no meio do caos e do imprevisível.
MIA COUTO. Adaptado de fronteiras.com, 10/08/2014.

6. (Uerj 2017)  Precisamos de modelos para entender o universo (que é, afinal, um pluriverso ou um multiverso), (ref. 7)

Nesse trecho, o conteúdo entre parênteses propõe uma reformulação da palavra universo, em função da argumentação feita pelo autor.
Essa reformulação explora o seguinte recurso:
a) contraste de morfemas de sentidos distintos   
b) citação de neologismos de valor polissêmico   
c) comparação de conceitos relacionados ao tema   
d) enumeração de sinônimos possíveis no contexto   

- UAI, EU?
 1             Se o assunto é meu e seu, lhe digo, lhe conto; que vale enterrar minhocas? De como aqui me vi, sutil assim, por tantas cargas d'água. No engano sem desengano: o de aprender prático o desfeitio da vida.
2             Sorte? A gente vai - nos passos da história que vem. Quem quer viver faz mágica. Ainda mais eu, que sempre fui arrimo de pai bêbado. Só que isso se deu, o que quando, deveras comigo, feliz e prosperado. Ah, que saudades que eu não tenha... Ah, meus bons maus-tempos! Eu trabalhava para um senhor Doutor Mimoso.
3             Sururjão, não; é solorgião. Inteiro na fama - olh'alegre, justo, inteligentudo - de calibre de quilate de caráter. Bom até-onde-que, bom como cobertor, lençol e colcha, bom mesmo quando com dor-de-cabeça: bom, feito mingau adoçado. Versando chefe os solertes preceitos. Ordem, por fora; paciência por dentro. Muito mediante fortes cálculos, imaginado de ladino, só se diga. A fim de comigo ligeiro poder ir ver seus chamados de seus doentes, tinha fechado um piquete no quintal: lá pernoitavam, de diário, à mão, dois animais de sela - prontos para qualquer aurora.
 (ROSA, João Guimarães. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.)

7. (Uerj 2000)  A obra de Guimarães Rosa, citado como grande renovador da expressão literária, é também reconhecida pela contribuição linguística, devido à utilização de termos regionais, palavras novas, não-dicionarizadas, o que chamamos NEOLOGISMOS, especialmente para expressar situações ou opiniões de seus personagens.

a) Retire do primeiro parágrafo um exemplo de neologismo e explique, em uma frase completa, o seu sentido no texto.

b) Compare o adjetivo "inteligentudo" (par. 2) com "barbudo", "barrigudo", "sortudo".  Escreva duas formas da língua padrão - a primeira com duas palavras; a segunda com uma palavra - que equivalem semanticamente ao neologismo "inteligentudo".

CORDÕES
Oh! abre ala! / Que eu quero passá       
                A rua convulsionava-se como se fosse fender, rebentar de luxúria e de barulho. A atmosfera pesava como chumbo. No alto, arcos de gás besuntavam de uma luz de açafrão as fachadas dos prédios. Nos estabelecimentos comerciais, nas redações dos jornais, as lâmpadas elétricas despejavam sobre a multidão uma luz ácida e galvânica, que 2enlividescia e parecia convulsionar os movimentos da turba, sob o panejamento multicolor das bandeiras que adejavam sob o esfarelar constante dos "confetti", que, como um irisamento do ar, caíam, voavam, rodopiavam. (...) Serpentinas riscavam o ar; homens passavam empapados d'água, cheios de confetti; mulheres de chapéu de papel curvavam as nucas à etila dos lança-perfumes, frases rugiam cabeludas, entre gargalhadas, risos, berros, uivos, guinchos. Um cheiro estranho, misto de perfume barato, poeira, álcool, aquecia ainda mais o baixo instinto de promiscuidade. A rua personalizava-se, tornava-se uma e parecia, toda ela policromada de serpentinas e confetti, arlequinar o pincho da loucura e do deboche. Nós íamos indo, eu e o meu amigo, nesse 1pandemônio. Atrás de nós, sem colarinho, de pijama, bufando, um grupo de rapazes acadêmicos, futuros diplomatas e futuras glórias nacionais, berrava furioso a cantiga do dia, essas cantigas que só aparecem no Carnaval: Há duas coisa/ Que me faz chorá/ É nó nas tripa /E bataião navá!
RIO, João do. A ALMA ENCANTADORA DAS RUAS. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

8. (Uerj 1999)  Observe a formação dos seguintes vocábulos do texto:

"panejamento" (derivado de "pano"), "irisamento" (derivado de "íris"), "arlequinar" (derivado de "arlequim") e "pandemônio" (composto de pan + demônio), neologismo criado por Milton, poeta inglês do século XVII, no seu livro O PARAÍSO PERDIDO, para designar o palácio de Satã.

A partir desses exemplos, explique, em até duas frases completas:

a)       o emprego conotativo da palavra "pandemônio" ( ref. 1) e indique o sentido do morfema "pan-";


     b) como se forma o vocábulo "enlividescia" ( ref. 2) e qual a sua classificação quanto ao processo de formação.

O FUTURO ERA LINDO
2Ninguém imaginou que o poder e o dinheiro se tornariam tão concentrados em megahipercorporações norte-americanas como o Google, que iriam destruir para sempre tantas indústrias e atividades em tão pouco tempo. Ninguém previu que os mesmos Estados Unidos, graças às maravilhas da internet sempre tão aberta e juvenil, se consolidariam como os maiores espiões do mundo, humilhando potências como a Alemanha e também o Brasil, impondo os métodos de sua inteligência militar sobre a população mundial, e guiando ao arrepio da justiça os bebês engenheiros nota dez em matemática mas ignorantes completos em matéria de ética, política e em boas maneiras.
Marion Strecker. Adaptado de Folha de São Paulo, 29/07/2014.

09. (Uerj 2016)  O termo megahipercorporações é formado por um processo que enfatiza o tamanho e o poder das corporações econômicas atuais. Essa ênfase é produzida pelo emprego de:
a) sufixos de caráter aumentativo   
b) prefixos com sentido semelhante   
c) radicais de combinação obrigatória   
d) desinências de significado específico   

Um certo Miguilim morava com sua mãe, seu pai e seus irmãos, longe, longe daqui, muito depois da Vereda-do-Frango-d’Água e de outras veredas sem nome ou pouco conhecidas, em ponto remoto, no Mutum. No meio dos Campos Gerais, mas num 1covoão em trecho de matas, terra preta, pé de serra. Mas sua mãe, que era linda e com cabelos pretos e compridos, se doía de tristeza de ter de viver ali.
Quando voltou para casa, seu maior pensamento era que tinha a boa notícia para dar à mãe: o que o homem tinha falado – que o Mutum era lugar bonito... A mãe, quando ouvisse essa certeza, havia de se alegrar, ficava consolada. Era um presente; e a ideia de poder trazê-lo desse jeito de cor, como uma salvação, deixava-o febril até nas pernas. Tão grave, grande, que nem o quis dizer à mãe na presença dos outros, mas insofria por ter de esperar; e, assim que pôde estar com ela só, abraçou-se a seu pescoço e contou-lhe, estremecido, aquela revelação.
GUIMARÃES ROSA. Manuelzão e Miguilim. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
ref. 1: covoão – baixada estreita e profunda

10. (Uerj 2009)  Guimarães Rosa se caracteriza pela linguagem instigante que encanta e desconcerta, permitindo ao leitor familiarizar-se com o potencial criativo da Língua Portuguesa. Observe o fragmento do texto:
“Tão grave, grande, que nem o quis dizer à mãe na presença dos outros, mas insofria por ter de esperar;”
Aponte o significado do prefixo da palavra sublinhada e explicite, em uma frase completa, o sentido dessa palavra.

PALAVRAS
"Veio me dizer que eu desestruturo a linguagem. Eu desestruturo a linguagem? Vejamos: eu estou bem sentado num lugar. Vem uma palavra e tira o lugar de debaixo de mim. Tira o lugar em que eu estava sentado. Eu não fazia nada para que a palavra me desalojasse daquele lugar. E eu nem atrapalhava a passagem de ninguém. Ao retirar de debaixo de mim o lugar, eu desaprumei. Ali só havia um grilo com a sua flauta de couro. O grilo feridava o silêncio. Os moradores do lugar se queixavam do grilo. Veio uma palavra e retirou o grilo da flauta. Agora eu pergunto: quem desestruturou a linguagem? Fui eu ou foram as palavras? E o lugar que retiraram de debaixo de mim? Não era para terem retirado a mim do lugar? Foram as palavras pois que desestruturaram a linguagem. E não eu."
(BARROS, Manoel de. Ensaios fotográficos. Rio de Janeiro: Record, 2000.)

11. (Uerj 2001)  O prefixo "des" aparece seis vezes no poema: "desestruturo", "desestruturo", "desalojasse" "desaprumei", "desestruturou", "desestruturaram".  Reforça-se, assim, a noção de que a poesia mais desestabiliza significados cristalizados e cria novos do que comunica alguma mensagem do poeta para o leitor.
A frase de Manoel de Barros que melhor exemplifica essa desestabilização é:
 a) "E eu nem atrapalhava a passagem de ninguém!"   
b) "O grilo feridava o silêncio"   
c) "Fui eu ou foram as palavras?"   
d) "Não era para terem retirado a mim do lugar?"   


                 Sempre que se agita esta questão das "reivindicações", escovam-se os velhos chavões, e, com um grande ar de importância, os 1filósofos decidem sem apelação que a mulher não pode ser mais do que o anjo do lar, a vestal encarregada de vigiar o fogo sagrado, a 2depositária das tradições da família... e das chaves da despensa. Todo esse dispêndio de palavras 3inúteis serve apenas para encobrir a 4fealdade da única razão séria que podemos apresentar contra as pretensões das mulheres: o nosso egoísmo, o receio que temos de que nos despojem das nossas prerrogativas seculares - o medo de perder as posições, as regalias, as honras que o preconceito bárbaro confiou exclusivamente ao nosso século. Compreende-se: quem se habituou a empunhar o bastão do comando não se resigna facilmente a passá-lo a outras mãos: é mais fácil deixar a vida do que deixar o poder.
 (BILAC, Olavo. VOSSA INSOLÊNCIA. São Paulo: Cia. das Letras, 1997, p. 313.)

12. (Uerj 1998)  A palavra extraída do texto, cuja constituição mórfica está explicada corretamente, é:
a) "filósofos" (ref. 1) = é formada por parassíntese   
b) "depositária" (ref. 2) = é composta por aglutinação   
c) "inúteis" (ref.3) = tem prefixo de sentido negativo   
d) "fealdade" (ref. 4) = tem sufixo diminutivo  


 A CORRIDA DO OURO
Duzentos anos de buscas foram necessários para que os portugueses chegassem ao ouro de sua América. O brilho do metal, como o canto da sereia, tornou-os surdos a qualquer apelo contrário que não fosse o da ambição pelo ouro e pela prata, tornando-os insensíveis a qualquer consideração humana no "trabalho" de 1submetimento do indígena, até o seu extermínio ou à redução, dos que sobreviveram, à condição de servos ou escravos nas fainas da mineração.
 (MENDES Jr., A., RONCARI, L. e MARANHÃO, R. Brasil história: texto e consulta. São Paulo. Brasiliense, 1979.)

13. (Uerj 2005)  Palavras e segmentos diversos do texto podem ser expressos de outras formas graças à utilização dos recursos gramaticais da língua, como os processos de derivação prefixal e sufixal e a variação das estruturas sintáticas.

a)       No final do primeiro parágrafo encontra-se o substantivo derivado "submetimento" (ref. 1). Cite um sinônimo deste substantivo, derivado por meio de outro sufixo, e indique o verbo do qual ambos derivam.

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GABARITO

01. B

02. A

03. E

04. B

05. B

06. A

07. a) "desfeitio". Na expressão "o desfeitio da vida", pode-se ressaltar o sentido de que a vida não tem feição ou configuração certa.

      b) Uma dentre as formas:
. muito inteligente
. bastante inteligente
. bem inteligente
. deveras inteligente
. assaz inteligente

Inteligentíssimo

08. a) A palavra "pandemônio " significa, no texto, "confusão", "gritaria" - algo típico do carnaval de rua. O morfema "pan" significa "todos", "totalidade".


            b) É formado a partir da palavra "lívido", com o prefixo "en-" e o sufixo "escer", por  derivação parassintética (ou parassíntese).


09. B

10. Por meio da leitura da passagem em que a palavra insofria se insere, pode-se perceber que o menino está sofrendo, há um sentimento dentro dele que provoca dor. Não quer mostrá-lo à mãe. Assim, é o prefixo latino in, significando "movimento para dentro", que confere a essa criação neológica o seu sentido. Apesar do prefixo in usualmente significar "negação", "contrário", não é o que ocorre na palavra em questão.

11. B

12. C

13. a) Submissão. Verbo submeter.

      b) que convinham bastante a seus propósitos

Um comentário:

  1. Não entendi a questão 11. Alguém pode elucida-la para mim ?

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